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Mosteiro de Kyiv-Pechersk Lavra, Kiev, Ucrânia

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O leste da Europa – e em particular o território anteriormente correspondente à União Soviética -, tem-se revelado ao viajante como uma caixa de surpresas. No passado, o acesso turístico a estas terras estava vedado. Desde logo, porque era impossível ir lá. Mas sobretudo porque sobre elas pairava um véu místico, de medo do KGB, do controlo militar e da asfixia exercida pela estrutura do partido comunista. Kiev, capital da Ucrânia, foi a terceira da União Soviética. Foi uma das suas cidades emblemáticas – foi até uma cidade modelo socialista. Porém, já muito antes disso, a Ucrânia tinha sido um dos centros mais importantes da igreja ortodoxa aquando do grande cisma do ocidente. Foi da Ucrânia que a religião se expandiu para a própria Rússia. E, na Ucrânia, o coração da Igreja Ortodoxa foi o Mosteiro de Kyiv-Pechersk Lavra, actualmente no limite urbano de Kiev, a sul da cidade. O mosteiro foi fundado no século XI e é ainda hoje em dia um dos lugares mais santos da igreja ortodoxa. É me

São Pedro do Sul, Beira Alta, Portugal

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Pelos vistos, a fama do local e do poder curativo das águas de São Pedro do Sul já vem do tempo da ocupação romana da Península Ibérica. Esta constatação não foi novidade ou surpresa para o viajante: a generalidade das actuais termas portuguesas foi “descoberta” e explorada pelos romanos, que nelas buscavam a tal SPA, ou salute per aquam . Aquilo que o viajante encontrou em São Pedro do Sul, em visita invernal, foi uma pequena terra de província, calma e adormecida. Talvez no verão o sítio seja mais animado. Encontrou uma bonita zona fluvial, muito bem arranjada. E o resto do centro da terra igualmente cuidado. Quanto às águas, muito quentes, não as experimentou o viajante, mas soube de quem o fez que fazem bem ao aparelho digestivo e ao reumatismo. No antigo regime, São Pedro do Sul era local de férias familiares de reformados e pensionistas, que aqui passavam temporadas em tratamentos, em ambiente modesto e português suave, com recato, sobriedade e frugalidade. Este estereotipo ca

Pristina, Kosovo, Setembro de 2006

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Não estranhou o viajante que esta loja afixasse, junto com o horário, a informação de que era proibido fumar. Mais inusitada achou a informação, bem sublinhada – até em inglês, de que se proibia igualmente a entrada a pessoas portadoras de armas de fogo.

Cairo, Egipto

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Sabia o viajante que a capital do Egipto (e também a maior cidade de África, o mais importante centro islâmico do mundo e a sede da Liga Árabe) é uma megalópole imensamente poluída com perto de vinte milhões de habitantes. Como bem refere algum dos guias da cidade, o Cairo é uma cidade inacabada e inacabável. É inacabada porque, tendo origem no primeiro milénio da nossa era, o que hoje se visita é produto de muitas e diversificadas épocas históricas, que deram à cidade um estatuto de permanente evolução, saltitando entre dominador e dominador. É inacabável porque o êxodo do mundo rural para o centro urbano a tornou imensa e descontrolada. Boa parte da cidade é feita de edifícios construídos com tijolos ainda não revestidos – as construções estão ainda por acabar e nunca acabarão de ser construídas. E são às centenas de milhares os edifícios assim. Nas zonas que o urbanismo ainda conseguiu gerir as avenidas são larguíssimas e compridíssimas, percorrendo bairros e bairros, que ultrapa

A cerveja checa

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O povo checo é o maior consumidor de cerveja do mundo. Cada um dos checos bebe, em média, 155 litros de cerveja por ano, o que dá uma média de meio litro por dia! Os checos consomem ainda mais cerveja que os campeões alemães e os super campeões irlandeses Em plena Boémia, na sua zona mais ocidental, fica Plzen, onde foi inventada a primeira cerveja do tipo Pilsen, ou pilsener. A origem desta produção tradicional está na Idade Média, quando o rei checo Venceslau II outorgou a um conjunto de famílias da cidade o direito exclusivo de fabricar cerveja, usando os métodos tradicionais, ao estilo de Plzen, portanto. Mais tarde, no século XIX, os descendentes destas linhagens, todos pequenos produtores, acabaram por criar uma empresa de dimensão municipal, a que chamaram Plzensky Prazdroj, onde viria a nascer uma mítica cerveja de cor âmbar claro, que agora se vende em mais de 50 países diferentes: a Pilsner Urquell. Não muito distante, a poucas dezenas de quilómetros, fica Ceske Budejovice,

Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota, Portugal

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Voltou o viajante orgulhoso da visita a este novíssimo centro de interpretação. Não é o viajante militarista nem adepto da perspectiva segundo a qual a história é uma mera sucessão de feitos guerreiros - pelo contrário. Além disso, sem reservas o diz, gosta o viajante de Espanha, onde se sente como numa segunda pátria; sente os espanhóis como aqueles que, de entre todos os povos do mundo, mais se parecem com os portugueses. Dito isto e apesar disso, voltou o viajante orgulhoso do feito de Nuno Álvares Pereira, agora São Nuno de Santa Maria e do seu rei, João I de Portugal. Voltou também orgulhoso da tareia que os bravos portugueses deram nos invasores castelhanos, em Agosto de 1385. Mas sobretudo, voltou orgulhoso da forma como este marco incontornável da história nacional é evocado no Centro de Interpretação da Batalha de Aljubarrota. O Centro está instalado num edifício moderníssimo, funcional, rodeado de árvores da flora mediterrânica. Em volta, foram colocadas placas em locais ch

Bolonha, Itália

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Chegou o viajante a Bolonha com duas recordações que retirou do seu imaginário de sempre: a do spaghetti à bolonhesa e a da universidade. O prato de massa é conhecido em todo o mundo, mas não o encontrou aqui o viajante, embora o procurasse. Quanto à universidade, essa sim está presente. Há muitos estudantes pelas ruas e várias escolas universitárias. Há, sobretudo, a memória. Tem o nome de Bolonha o actual modelo de formação universitária europeu, o que não terá acontecido por acaso. A cidade tem uma das universidades mais antigas da Europa – e nela a mais antiga escola de direito, fundada em finais do século XII. Diz-se que no século XIII já tinha mais de 10 mil alunos e o seu ensino de direito (na época, romano…) gozava de uma excelente reputação! Foi nesta universidade que estudou direito o Doutor João das Regras, um dos mais insignes juristas portugueses de sempre, personagem fulcral das Cortes de Coimbra de 1385, nas quais foi aclamado rei D. João I. Em tempos idos, a cidade fo

Rossio,Lisboa

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..."prefira a lotaria Casa Travassos..." ..."e terá dinheiro aos maços..." (sem mais comentários)

Kato Paphos, Chipre

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A existência deste parque arqueológico surpreendeu o viajante. Pela área que ocupa e pelo imenso significado dos vestígios que reune. Kato Paphos é a estação arqueológica mais importante de Chipre. É também a mais popular e de fácil acesso, já que fica mesmo junto do mar e do porto de Pafos. Tem um imensop parque de estacionamento e na povoação anexa há hotéis, restaurantes e lojas de souvenirs. O recinto está aberto diariamente das 8 às 18 e o bilhete custa 3,4 €. Kato Pafos foi uma importante cidade do baixo-império romano. No período romano foi mesmo a capital e mais importante cidade da ilha. Mas terá sido fundada muito antes, pelo século IV AC. Um século depois veio a ser incorporada no reino ptolomaico, de Alexandria, que aproveitou a sua excelente posição estratégica, dominando o Mediterrâneo oriental. É sobretudo do período romano que se conservam vestígios arqueológicos. De facto, foram encontrados em Kato Pafhos importantíssimos vestígios de quatro “villas” romanas, todas e

Los Roques, Venezuela

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Há muito poucos destinos onde o viajante tenha sentido vontade de ficar. É certo que há imensos paraísos desconhecidos que se vão encontrando, sem esperar, aqui e ali. Porém, nem todos os ditos paraísos deslumbram. E Los Roques foi especial. É um conjunto de ilhas de areia, acumulada sobre formações de coral, onde entretanto cresceu alguma escassa vegetação tropical, dando origem a um exuberante arquipélago de praias de areia branquíssima, onde batem águas muito quentes, que variam de entre tonalidades verdes esmeralda e azul turquesa. Chegou o viajante, como toda a gente, de avião, vindo de Caracas. Ia dirigido a uma posada , que encontrou na Internet. Sabem bem os visitantes de Los Roques que o alojamento em Gran Roque, a única ilha povoada, é adequado ao nível de protecção ambiental do local: desde 1972 é proibido construir nas ilhas e, consequentemente, todas as posadas são antigas casas de pescadores, um pouco melhoradas, para acolher turistas. Garantem algum conforto, em aloja

Pistas de Dinossáurios da Serra de Aire

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Há um pouco mais de uma década, o tema dos dinossáurios estava em moda. Depois da saga dos vários episódios de Jurassic Park , de Steven Spielberg, baseado nas histórias de Michael Crichton, surgiram imensas exposições científicas de vestígios de dinossáurios. Em Portugal, calhou descobrirem-se nessa altura vestígios de pegadas que não se conheciam antes, o que impulsionou a protecção e divulgação das outras, já antes conhecidas. Descobriu-se Carenque e a Pedreira do Galinha e ficou a saber-se mais da Lourinhã e da Praia Grande. Passou o viajante na Pedreira do Galinha, depois destes anos todos de espera, com grande expectativa. E a expectativa foi correspondida pela grandeza do local, bem como o foi pela forma como está organizada a visita. As instalações deste Monumento Natural (assim classificado em 1996) são eficazes, embora modestas. Além da bilheteira, há uma pequena loja, com bebidas frescas e serviços sanitários. Talvez a grandeza do local merecesse renovação e modernização.

Palácio da Música Catalã, Barcelona

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Há poucos ícones mais representativos do orgulho catalão do que o Palau de la Musica Catalana, sede do Orfeó Catalá . O Orfeó foi fundado no fim do século XIX, como forma de dar continuidade ao tradicional canto popular catalão, cantado por músicos amadores, que na época estava em declínio. Escabeçou esta iniciativa o maestro compositor catalão Luís Millet, que conseguiu com o desenvolvimento do Orfeó renovar e dar mais vigor à música vocal regional. Mais tarde, o próprio Orfeó , já próspero, comprou um conjunto de edifícios velhos, no popular bairro de Sant Pére . Para renovaro local, encomendou ao arquitecto catalão Francesc Domenec i Muntaner o projecto de uma nova sala de espectáculos. Este percurso está pois indelevelmente marcado pelo cunho autonomista e nada poderia dar mais voz a este orgulho que a escolha de um arquitecto de aqui e de um estilo que nasceu na Catalunha. De facto, o Palau , uma impressionante demonstração de criatividade, é uma das manifestações arquitectóni