Os portugueses no Luxemburgo
“Ó Horácio: há limas?” Foi isto que o viajante teve como resposta à pergunta que fez, depois de entrar no Hotel La Ville de Bruxelles , em Vianden, nos confins das Ardenas, no Luxemburgo. Logo ao passar a porta de entrada, tinha visto na parede um papel manuscrito onde se dizia “há caipirinha”. Em português, pediu uma. E o seu cálculo não foi errado, porque logo de seguida a empregada de mesa, com claro sotaque do nordeste transmontano, fez a pergunta ao rapaz moreno e baixo, de t-shirt de mangas cavas, que estava por detrás do balcão. E sim, havia limas. “Sabe”, explicou a rapariga, “estive de congée e só voltei hoje e por isso não sabia se havia”. O que também havia era sopa de cenoura, abóbora e couve galega – aliás bastante melhor que a caipirinha. E só mais tarde o viajante reparou que na porta do bar estava pendurada uma bandeira portuguesa e que a ementa era bilingue: em português e francês. E também que a ementa era verdadeiramente de cozinha de fusão, com grande densidade d