Catedral de Sevilha

A Catedral de Sevilla é uma genial e deliberada raridade, dizia Camilo José Cela (em "Vagabundo ao Serviço de Espanha"). Os clérigos que decidiram levantar a catedral sonharam passar por loucos perante as gerações vindouras. Conclui por isso que descrever a catedral de Sevilha, perante a qual a Notre Dame de Paris é quase ridícula e sem importância, é um infantil intento.
Assumido isso, o viajante sempre dirá que a catedral é um dos inevitáveis pontos de visita para quem vai a Sevilha. É um edifício enorme, gigantesco, mesmo, como aliás o pretendiam os seus construtores. Na sua origem esteve uma decisão declarada: construir uma igreja tão deslumbrante que nenhuma outra se lhe comparasse. Estava-se no início do século XV e Sevilha apenas tinha velhas igrejas arruinadas, depois de vários séculos de cultura muçulmana. A verdade é que o resultado foi – e ainda é – a maior igreja gótica do mundo e o terceiro maior templo da cristandade (logo a seguir à Catedral de São Pedro, em Roma e à Catedral de São Paulo, em Londres). Ergue-se sobre as ruínas de uma mesquita almohada-mudejar mandada construir pelo emir Abu Yacub Yussuf, em 1184. Por isso, sobre a porta do Perdão, continua escrito “o poder pertence a Alá!”


A arquitectura interior é majestosa: tem cinco naves, com mais de 120 metros de comprimento. As abóbadas são polinervadas e muito trabalhadas. É particularmente imponente o coro, de final do século XV, em talha dourada. Para completar uma qualquer visita rápida, impor-se-á ver o túmulo de Cristóvão Colombo (estão ainda aqui os túmulos dos reis Fernando III e Afonso X) e a sacristia dos Cálices, onde estão representadas, em várias pinturas (uma das quais do grande Francisco de Goya), as santas Justina e Rufina, padroeiras da cidade.

A zona tem difícil estacionamento, mas há vários parques pagos próximos.

Comentários

Helio disse…
Um monumento deslumbrante sem dúvida!
Para quem for a Sevilha é de não perder!
pv disse…
Muito obrigado pela sua visita e pelo seu comentário.
Até uma próxima.

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