Vale de Ventos, Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros

Já andou por aqui o viajante a pé, trilhando percursos marcados pelo PNSAC. Próximo da povoação de Vale de Ventos há uma antiga casa-abrigo do Parque Natural, agora abandonada, O que não está abandonado é o dito percurso pedestre, de dois quilómetros e meio de extensão, que se percorre em pouco mais de uma hora, que o viajante recomenda que se faça, sobretudo, no fim da primavera, quando as plantas aromáticas estão pujantes. Nessa altura correm pela serra, trazidos pelo vento, aromas dos sabores da cozinha mediterrânica, que não vêm enlatados nem liofilizados. Pelo chão encontram-se tufos de orégãos e largas extensões de alecrim. No fim do Outono, a zona é agreste. Fazendo justiça ao topónimo, há sempre ventania fria e desagradável. Havendo sol, mesmo assim, o passeio é muito agradável. Vale, nesse caso, a paisagem aberta, desde os limites do pinhal, para o interior, até ao mar, para oeste. Em dia claro, do alto da Serra, já viu o viajante, lá ao longe, a Berlenga!A ventania persistente foi concerteza a razão que levou à escolha da serra para instalação de um enorme parque eólico, com mais de 30 aerogeradores.
A serra de Candeeiros é encimada por uma crista regular, que pode percorrer-se no sentido sul/norte. Graças à necessidade de acesso aos locais de construção dos aerogeradores, foi construída uma estrada em terra, que atravessa toda a crista da serra, entre Vale de Ventos e o Alto da Serra. Esta última povoação, sobranceira a Rio Maior, fica na antiga Estrada Nacional nº 1, a partir da qual se acede à serra. A antiga Nacional 1 tem na actualidade ar abandonado, em particular ao fim-de-semana, altura em que quase não tem trânsito. De alguma forma, faz lembrar a mística Route 66, na versão “Cars”, em desenhos animados.
Os aerogeradores do alto da serra são torres com 110 metros de altura e 300 toneladas de peso. Cada um deles pode custar 2,5 milhões de euros e produz energia eléctrica suficiente para alimentar de electricidade 400 casas. As pás dos hélices têm 40 metros de comprimento e, com vento forte, vê-las passar, girando, na base da torre, é toda uma experiência.

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