Pistas de Dinossáurios da Serra de Aire

Há um pouco mais de uma década, o tema dos dinossáurios estava em moda. Depois da saga dos vários episódios de Jurassic Park, de Steven Spielberg, baseado nas histórias de Michael Crichton, surgiram imensas exposições científicas de vestígios de dinossáurios. Em Portugal, calhou descobrirem-se nessa altura vestígios de pegadas que não se conheciam antes, o que impulsionou a protecção e divulgação das outras, já antes conhecidas. Descobriu-se Carenque e a Pedreira do Galinha e ficou a saber-se mais da Lourinhã e da Praia Grande.
Passou o viajante na Pedreira do Galinha, depois destes anos todos de espera, com grande expectativa. E a expectativa foi correspondida pela grandeza do local, bem como o foi pela forma como está organizada a visita. As instalações deste Monumento Natural (assim classificado em 1996) são eficazes, embora modestas. Além da bilheteira, há uma pequena loja, com bebidas frescas e serviços sanitários. Talvez a grandeza do local merecesse renovação e modernização.

A jazida de pegadas de dinossáurios da Pedreira do Galinha foi descoberta em 1994. Calcula-se que será do período Jurássico tendo provavelmente 175 milhões de anos. Consiste no registo, na pedra calcárea, de pegadas de saurópodes, que eram dinossáurios herbívoros, quadrúpedes, com a cabeça muito pequena e a cauda muito longa. O seu corpanzil era enorme – poderia medir 30 metros de comprimento e pesar 70 toneladas! Julga-se que os saurópodes terão sido os maiores animais terrestres que já existiram.
Quanto aos trilhos da Pedreira do Galinha, são os mais antigos e mais longos trilhos de pegadas de saurópodes que se conhecem em todo o mundo. A visita consiste num percurso, de 1000 metros, em volta da antiga pedreira. A zona de laje calcária visitável tem cerca de 60 mil metros quadrados e reúne centenas de pegadas, em cerca de duas dezenas de pistas.

Supõe-se que as pegadas terão sido impressas em lama calcária, talvez no fundo de uma lagoa. Depois, essa lama terá sido coberto por outras camadas de sedimentos que, com o decurso do tempo, ao longo de milhões de anos, se converteu na pedra calcária que hoje pode observar-se.

O Monumento Natural fica na vertente oriental da Serra de Aire, virada para a bacia do rio Tejo, no concelho de Ourém, mesmo junto da localidade de Bairro, integrada no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros. A partir de Fátima, chega-se por estradas secundárias, nem sempre bem sinalizadas, e dista 10 quilómetros. De Torres Novas, dista 16 quilómetros e as estradas não são melhores.
Pode visitar-se todos os dias (com excepção das 2ªs feiras), das 10 às 18 horas, mas fecha à hora de almoço (das 12:30 às 14 horas). O bilhete de entrada custa 2 € para adultos e 1 € para crianças. Ver mais em
www.pegadasdedinossaurios.org.

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