Os céus da África Oriental
Já tem o viajante umas horitas de voo na sua conta. Mais do que quereria, mas menos do que gostava. Nesta presunção (da tal que se toma como água benta), vai afirmar que fez uma das mais fantásticas viagens de avião que poderão fazer-se. Calhou ter que voar, quase um dia inteiro, através do leste do continente africano, num percurso que ligava a Ilha Maurício a Londres. Ao contrário do que é usual neste tipo de voos, foi diurno e por isso propiciou uma fantástica visita aérea ao Quénia, à Etiópia, ao Sudão e à Líbia.
Pouco depois, aguardava o viajante, lá ao longe, nos limites do Quénia e da Tanzânia, a cereja no cimo do bolo de África: embora enevoado, o Kilimanjaro deixava-se ver, com o topo muito menos nevado do que é habitual ver-se nas fotografias.
A norte, avista-se uma das pontas da enorme depressão do Rift, por aqui menos rica em achados que mais a sul, na Tanzânia, mas ainda assim impressionante. Lá para trás ficou já o Lago Vitória, pouco mais que uma miragem no fundo do horizonte. Rumo ao Mediterrâneo, vai escasseando a povoação.
No deserto, o ar não é límpido e isso prejudica a vista. E assim será até ao Mediterrâneo, onde termina, no golfo de Bengazi.
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