Ilha Maurício, para além das praias

Quem procura a Ilha Maurício como destino de férias pensa sobretudo em sol e praias de água verde-esmeralda e de areia branca. Assim fazem as centenas de turistas que diariamente aqui são despejados pelos aviões provenientes da Europa (Paris, sobretudo e, um pouco menos, Londres).
No entanto, para além da praia, a Maurício suscita também interesse aos viajantes pelas curiosidades naturais, próprias de uma ilha vulcânica, espalhadas sobretudo pela sua zona sul.

 Com efeito, por ser uma ilha vulcânica, é possível ver na Ilha Maurício crateras de vulcões extintos muito bem preservadas, onde agora surgiram lagos. Uma delas é próxima de Curepipe, no planalto central da ilha e é conhecida como Trou-aux-cerfs. É uma cratera de cerca de um quilómetro de diâmetro e cerca de cem metros de profundidade. O seu cone eleva-se acima do planalto e a visita vale tanto pelas vistas panorâmicas sobre a ilha como pelo fenómeno em si mesmo.
 Mais impressionante, pode ser a visita ao lago de Grand Bassin. É também um cone de vulcão extinto, bastante maior e menos regular. Tem porém o atractivo adicional de ser considerado um lago santo para os hindus da ilha, que aqui vêm em procissão, a partir de toda a ilha, no início do mês de Fevereiro.
Este lago fica na zona sul da ilha e para se visitar tem que ir-se de carro. Não distante dele, fica o Black River Gorges National Park, a única área protegida na ilha, que tem como objectivo preservar os ecossistemas das gargantas da Riviére Noire, ou Black River. Nesta zona ainda há vegetação nativa da Maurício – de uma riqueza enorme, já que se estima em um terço a percentagem das espécies que são endémicas da ilha e não existem em nenhuma outra paragem.

 Achou o viajante fantástica esta floresta tropical de altitude, com espécies muito específicas. Recorda, entre outras, a “árvore do papel”, assim chamada porque o seu tronco é composto por macias e finas camadas vegetais, que podem ir-se descascando em “folhas”, como se fossem de papel. Ou a “palmeira dos viajantes”, em forma de leque, assim chamada porque as suas grossas palmas estão cheias de água, que pode beber-se – basta fazer-lhe um furo em qualquer lado para dela jorrar um esguicho de água que pode beber-se. Ou ainda uma espantosa planta arbustiva cujo nome não conseguiu o viajante apurar (o motorista de táxi não sabia…) que reage ao toque nas suas folhas, encolhendo-se!
 Nesta zona, do rio Negro, os turistas costumam ser levados às cascatas e a uma curiosidade natural conhecida como a terra colorida. Esta última é um fenómeno geológico curioso: o basalto da lava vulcânica, submetido a arrefecimento súbito pela acção da água fria, deu origem a segmentos de terra de diferentes cores, que variam do ocre até ao vermelho escuro. Este fenómeno fica em terrenos privados, no meio de plantações de cana-de-açúcar e a entrada é paga. Tem porém acesso muito fácil e o caminho está bem sinalizado.
Próximo, fica a cascata de Chamarel, com mais de 80 metros de queda, num entorno fantástico. Melhor ainda que o da a cascata da Riviére Noire.
Qualquer destes três destinos é muito concorrido por turistas, que aqui são despejados por autocarros. No entanto, em alternativa à praia, são pontos de passagem obrigatórios na ilha.

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Castelo de Noudar, Barrancos, Portugal

Monsaraz, Alentejo

Da Casa Branca a Cuba, de comboio