Braga, Portugal
Tem o
viajante alguma dificuldade em sentir empatia com Braga. A cidade é bonita e a
sua gente simpática e acolhedora. A riqueza monumental impressiona. Mas
falta-lhe um num sei quê para a tornar atraente. Parece faltar um pouco de charme
à sua malha urbana – talvez algo que desse mais harmonia ao enorme conjunto, um
pouco desconexo, dos monumentos do centro urbano. A verdade é que alguns destes
monumentais edifícios, sobretudo os religiosos, são deslumbrantes, mas o
contexto nem sempre afina pela mesma nota.
Quanto à sua gente, é muito calorosa e acolhedora. Revela logo, ao primeiro contacto, uma extroversão descomplexadamente provinciana. Os bracarenses circulam pela sua cidade descontraídos e descuidados; ou então, atarefados, a trabalhar ou a comprar coisas nas lojas tradicionais da Rua do Souto.
Ao contrário do que dizia o chavão do Estado Novo, a Braga moderna já não reza, enquanto Coimbra estuda e Lisboa manda. Tal como o Porto, a Braga do século XXI trabalha. E foi o trabalho que transformou esta histórica cidade sueva, de rico passado, mas que se foi degradando com a emergência das cidades do litoral, de novo numa grande urbe, pujante e dinâmica.
Braga tem origem romana – no tempo do império era a importante cidade de Bracara Augusta. Com a chegada dos bárbaros, foi ocupada pelos Suevos que, no século V, fizeram da cidade a capital do seu reino. Depois, vieram os visigodos e, de seguida, os ocupantes muçulmanos. O resto da sua história acompanha a história-pátria.
Para lá das ruínas desses tempos, o que de mais visível a história deu a Braga vem do período barroco: a cidade foi muito próspera entre os séculos XVI a XVIII e foram construídas nesse período muitas igrejas barrocas. Esta presença religiosa é uma constante nas ruas da terra – diz-se que Braga tem uma igreja para cada dia do ano.
Quanto à sua gente, é muito calorosa e acolhedora. Revela logo, ao primeiro contacto, uma extroversão descomplexadamente provinciana. Os bracarenses circulam pela sua cidade descontraídos e descuidados; ou então, atarefados, a trabalhar ou a comprar coisas nas lojas tradicionais da Rua do Souto.
Ao contrário do que dizia o chavão do Estado Novo, a Braga moderna já não reza, enquanto Coimbra estuda e Lisboa manda. Tal como o Porto, a Braga do século XXI trabalha. E foi o trabalho que transformou esta histórica cidade sueva, de rico passado, mas que se foi degradando com a emergência das cidades do litoral, de novo numa grande urbe, pujante e dinâmica.
Braga tem origem romana – no tempo do império era a importante cidade de Bracara Augusta. Com a chegada dos bárbaros, foi ocupada pelos Suevos que, no século V, fizeram da cidade a capital do seu reino. Depois, vieram os visigodos e, de seguida, os ocupantes muçulmanos. O resto da sua história acompanha a história-pátria.
Para lá das ruínas desses tempos, o que de mais visível a história deu a Braga vem do período barroco: a cidade foi muito próspera entre os séculos XVI a XVIII e foram construídas nesse período muitas igrejas barrocas. Esta presença religiosa é uma constante nas ruas da terra – diz-se que Braga tem uma igreja para cada dia do ano.
Desde
a época da Reconquista cristã que aqui tem sede um Arcebispado.
É na
Sé, com origem nesse tempo, que mais sente o viajante o carácter da cidade. Nem
é tanto pelos ícones históricos e artísticos – vem a memória, a propósito, a
imagem da Senhora do Leite, nas traseiras da cabeceira da Sé, que se julga ter
sido escupida por Nicolau Chanterene. É que esta antiga Sé é uma igreja que
evoluiu e soube chegar, com vida, ao presente.
Braga é, para o viajante,
uma cidade de sempre: não recorda na infância a primeira visita e, com toda a
certeza, voltará com frequência. E se te incomoda, leitor, o viajante, com este
prescindível detalhe pessoal, é para que compreendas porque não consegue sentir
empatia com uma terra pela qual sente tanta simpatia. A velha Bracara Augusta é
uma cidade que rebenta pelas costuras da zona velha. Cresceu imenso e
organizou-se modernamente a partir da velha Rodovia, que ainda há pouco era
moderna. Como se fosse uma daquelas explosivas metrópoles do sudoeste asiático,
a cidade transformou bairros que o viajante viu surgir, em zonas antigas.
Pulverizou velhas quintas, dos arredores, transformando-as em urbanizações.
Inventou, finalmente, a Universidade, nos campos de Gualtar, dando desta forma o
toque final na transformação da velha cidade de província, onde se andava a pé
e se ia ao café para encontrar os amigos e conhecidos. No lugar dela renasceu
uma cidade vibrante, que surge frequentemente nos media europeus, por via do
seu clube de futebol. E de todo o lado chegaram estudantes, que procuram marcar
o passo com o resto do mundo.
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