Lisboa, 23 de Junho de 2013

  Os jornais falavam de um interessante fenómeno astronómico, que apenas voltará a ocorrer dentro de 18 anos. Como o sabes, leitor, continua o viajante a emocionar-se com estes pequenos nadas; por isso, passou boa tarde do serão a viajar até à lua, sem sair da sua varanda citadina. Mas valeu a pena: a lua nasceu enorme e brilhante, como nos filmes de vampiros. Primeiro, apareceu baça, rechonchuda e alaranjada como um gigantesco queijo holandês; depois, tornou-se prateada e luminosa, subindo no céu e espalhando um intenso jorro de luz.
  O fenómeno é simples de explicar: por um lado, foi noite de lua cheia no dia do calendário a que corresponde menor período noturno. Ou dito de outra forma, a lua cheia ocorreu na noite mais curta do ano. Mas isso não é tudo nem o principal. É que a Lua descreve, em volta da Terra, uma rota elíptica, afastando-se e aproximando-se no nosso planeta. E esta lua cheia de 23 de Junho ocorreu num momento em que a Lua, por efeito da sua rota, atingiu o seu ponto mais próximo da Terra – cerca de 360 mil quilómetros.
Desta forma, diziam os astrónomos, a forma como se viu a Lua dava-lhe aparência de ter mais 14% do seu tamanho e de ter 30% mais brilho que quando está no ponto oposto (mais distante da Terra, a cerca de 405 mil quilómetros). Valeu a pena a observação – até porque, como explicaram também os astrónomos, por efeito de refração da atmosfera da Terra, quando se levanta na horizonte, a Lua parece muito maior do que quando está na vertical.

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