Liubliana, Eslovénia

Chegou o viajante a Liubliana com uma grande expetativa, criada pelas múltiplas chamadas de atenção que os media têm feitos para esta cidade dos Alpes do sul, a caminho do Adriático. Não é que tenha regressado desapontado, mas também não trouxe da pequena capital eslovena a excitação que encontrou noutros lugares.
Esta novel capital é, talvez, em todo o caso, a mais bonita de todas as que emergiram no universo da antiga Jugoslávia – Belgrado será um caso à parte. É uma cidade aconchegada, percorrível a pé, com uma zona antiga, de raiz medieval, separada pelo pequeno rio Ljubljanica da zona mais moderna de traça urbana germânica.
A capital da Eslovénia é uma cidade pequena e caseira, com a qual rapidamente nos sentimos familiares. Aterrou o viajante no aeroporto da capital, encaixado no verde e branco das montanhas calcárias, a fazer lembrar os aeródromos dos livros do Tintim. Não tinha plano de transfer para a cidade e já era noite. Mesmo sendo fim-de-semana, não foi difícil arranjar boleia num dos autocarritos que fazem o percurso de cerca de meia hora. O que não sabia nessa altura, era que estes minibuses fazem o percurso a pedido, pelas casas de quem faz reserva: até chegar ao hotel teve o viajante oportunidade de visitar vários bairros periféricos da cidade.
Quanto a visitas, os guias acabam por ser redundantes: há muito que ver, mas há sobretudo dois locais imprescindíveis: o castelo e a Praça Preseren.
O castelo de Liubliana fica num morro sobranceiro à cidade. Sobe-se bem a pé, por caminhos florestados. Ou então, pelo funicular moderno, envidraçado, que parte da base, em plena zona histórica (próximo da Praça Vodnikov). O funicular é a melhor opção para subir: galgam-se os 70 metros de pendente em escassos minutos; a melhor opção para descer é vir a pé (pode levar 15 a 20 minutos), por entre veredas verdes.
Lá em cima, além da fortaleza, ela mesma, e das lojas e restaurantes, vale a pena a vista, sobre a cidade.
Porém, mais que do castelo, gostou o viajante de deambular pelas ruas de calçada antiga, na base do morro da fortaleza, naquela que será, porventura, a zona mais antiga da cidade. Nestas ruas e praças, casas com mais que dois séculos alojam restaurantes e lojas gourmets, lojas alternativas ou de design, que se enquadram no ambiente. Deste conjunto fazem parte três ruas, embora com nome oficial de praças: a Mestni, a Ciril – Metodov e a Vodnikov. Por sua vez, a rua Stritarjeva desemboca na Praça Preseren (que tem o nome do mais renomeado poeta nacional France Prešeren). É aqui que fica a conhecida ponte tripla, o coração da cidade, para onde tudo flui e donde tudo parte. A praça é marcada por um dos ícones fotográficos de Liubliana: a fachada cor de salmão da Igreja da Anunciação, mas também por outros diversos edifícios do século XIX. O ambiente, por sua vez, é animado pelos muitos bares e restaurantes, sobretudo aqueles que se estendem ao longo do rio Ljubljanica.
Liubliana é uma cidade interessante que, embora capital, tem ambiente provinciano, mas claramente aberto para a modernidade.

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