Da Casa Branca a Cuba, de comboio
Calhou ao viajante ter que ir, num destes tórridos
dias de Julho, a Beja. Na previsão do tempo, viu estarem anunciados 38 graus,
mas depois os termómetros acabaram por atingir 41. Coisa normal para o verão em
Beja. Mas não é este o tema desta crónica. É que decidiu o viajante ir de
comboio, que os tempos estão de crise e os combustíveis e portagens a preços
incomportáveis.
E teve boas e más surpresas: boas, porque
os comboios funcionam bem, a horas (apesar de haver poucos), sem congestionamento. Más, porque esses
mesmos comboios são pouco amigáveis e dão pouca atenção a quem os usa.
Comboios
sem bar ou, sequer, uma mísera máquina para comprar água. Estações desertas
e sem serviço algum. Ficou o viajante com a memória na estação da Casa Branca,
onde é necessário fazer o transbordo, deixando o confortável Intercidades de
Évora para passar ao regional de Beja. Deserta, tórrida (e há-se ser gélida no
inverno). Nem uma sombra, nem um bar onde beber algo fresco.
E
também ficou na memória com a arqueológica estação de Beja, velha e degradada,
com todas as portas fechadas e um velho bar deserto, de luzes apagadas e
janelas fechadas, para não entrar o calor.
Quanto
aos comboios, são em geral confortáveis e a viagem faz-se bem. Cuba, é a última
estação antes de Beja. Achou o viajante piada à associação com a Casa Branca.
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