Parque da Pena, Sintra

Não se cansa nunca o viajante deste local, declarado Paisagem Cultural Património da Humanidade, pela UNESCO em 1995.
Noutros tempos, a Serra de Sintra estava isolada da civilização e apenas foi conhecido por monges e reis: os monges, procuravam aqui recolhimento, na natureza exuberante; os reis de tempos antigos da nacionalidade, a quem não faltava tempo para caçadas demoradas em zonas distantes da capital, souberam apreciar a beleza da zona e o seu clima suave.
No lugar que hoje é o Palácio da Pena, talvez logo no século XII, altura em que a região foi pacificamente reconquistada aos Mouros, surgiu um pequeno edifício religioso. No seu lugar veio a ser construído um mosteiro, três séculos mais tarde, que no século XIX, com a extinção das ordens religiosas, passou para o Estado. Foi nessa altura, 1838, comprado por D. Fernando II, o príncipe consorte que veio a construir aqui, a partir da década seguinte, o magnífico palácio romântico.

A par do palácio, quis também D. Fernando construir um parque botânico, onde fosse possível encontrar árvores e outras espécies vegetais de todo o planeta. Este parque acolhe sempre tranquilamente o viajante, a quem de todas as vezes conta novos segredos, revelando recantos desconhecidos e árvores de que não sabia.
Gosta o viajante de passar na Fonte dos Passarinhos (pavilhão de estilo árabe, que fica na transição da encosta para a zona baixa do parque) e emociona-o subir à Cruz Alta, colocada no local mais alto da Serra de Sintra, a 529 metros de altitude. Daqui se vê a Estátua do Guerreiro, esculpida em bronze, a dominar a serra e o parque, da qual se diz-se ter sido mandada fazer pelo próprio D. Fernando II como representação dele próprio, a velar pela sua obra.
Mas, já ficou dito, o que mais impressiona no interior do parque, é a abundância e exuberância de espécies arbóreas raras em Portugal. Aqui viu o viajante sequóias, originárias da América do Norte, algumas das quais com perto de cem metros de altitude, ou Gingko Biloba, árvores antiquíssimas, trazidas da China, talvez as últimas representantes da flora anterior às glaciações, ou fetos arbóreos, vindos da Nova Zelândia, que diferem dos comuns por terem porte de árvore e chegarem a atingir 10 metros de altura (é notável o lugar conhecido como “feteira da rainha”). Impressionam qualquer um as túias, (thuja plicata), também oriundas da América do Norte, cujos ramos baixos são curvos, em forma de J ou as magnólias.

O Parque da Pena tem uma área de oitenta hectares, completamente arborizados e é visitável durante todo o ano, das 10 às 18 horas (no verão, das 9h30 às 20). O acesso faz-se a partir da vila de Sintra (duas dezenas de quilómetros a oeste de Lisboa), pela estrada nacional 247-3, numa subida íngreme, de dois ou três quilómetros. Pode subir-se de automóvel (o estacionamento é difícil no verão), de autocarro ou a pé (neste caso, exige-se preparação e boa resistência).

Comentários

garina do mar disse…
pois é!!
o parque da Pena aqui tão perto e eu que não vou lá há tanto tempo...
obrigada pela lembrança ;)
314 disse…
Adorei o que escreveu e estou a fazer um trabalho sobre o Parque de Sintra, por isso gostaria de saber se posso usar excertos do seu texto para embelezar e contribuir para o meu trabalho escolar.
Muito obrigada pela atenção, Eva Reis.
pv disse…
Cara Eva:
Muito obrigado pela visita e pelas suas palavras amáveis. Claro que pode usar o texto, se citar a fonte.
PV

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