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A mostrar mensagens de maio, 2012

Igreja Monumento de S. Francisco, Porto

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  O viajante tem corrido montes e vales de países distantes, ou avenidas e vielas de cidades enormes, para encontrar e visitar aquilo a que os guias de viagem chamam “uma jóia da arquitectura…”, ou “um excelente exemplar de…”. E nem sempre lhe ocorre que há muitas destas “jóias” ou “exemplares” aqui ao pé da porta, ou numa cidade próxima, mesmo à mão para uma visita de fim de semana. Não conseguiu evitar esta conclusão quando calhou passar, muitos anos depois da última vez, na Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, no Porto. É um monumento exuberantíssimo, que impressiona pela riqueza da talha dourada, ao melhor nível mundial. Tão deslumbrante como esta, apenas conhece o viajante a  Capela Dourada , no Recife, Brasil. Todavia, esta igreja de raiz românica, como qualquer jóia, tem que ser descoberta. Parece um enorme cristal de ametista, cinzento feiote por fora, mas muito brilhante por dentro. Na verdade, o exterior muito discreto desta igreja, deve a sua modéstia à raiz român

Stellenbosch, out of Africa

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 Não queria o viajante dizê-lo – sente-se quase ofendido ao dizê-lo -, mas chocava-o o antigo regime sul-africano de apartheid. Fazia-lhe lembrar um ambiente feudal medieval, inumano e bruto. Foi felizmente banido na África do Sul, talvez com algum excesso de compensação posterior aos antigos descriminados. Porém, não consegue o viajante deixar de anotar que, fruto do apartheid ou não, a África do Sul é um país diferente, no contexto africano. É um país organizado, educado e civilizado. É sintomático que, ao menos na Cidade do Cabo, os motoristas param os seus carros nas passadeiras, espontaneamente, para deixar passar os peões (o que além do mais, revela que há passadeiras…).   Entretanto, os tempos estão a mudar. Sintomaticamente, perguntaram um dia ao presidente da República de Singapura (que governa aquela cidade estado asiática, de forma tranquila, desde os anos 60 e logrou transformar aquele esquecido porto de pescadores numa praça financeira) o que achava da África do Sul

Prizren, Kosovo

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O Kosovo, cenário de uma das mais recentes e bárbaras guerras em território europeu, não é um destino turístico. Provavelmente, não o será nunca: não tem praias nem modernas estâncias de montanha, não tem cidades vibrantes nem grandes marcos de interesse histórico, cultural ou artístico. Além disso, o recente país (que se declarou independente da Sérvia, oficialmente, apenas em 2008), apesar de ter uma paisagem natural bonita, dominada por montanhas que têm neve até muito tarde na primavera, está completamente desfigurado por uma ocupação humana desregrada e errática. E também, ainda, pelas cicatrizes da guerra de 1999 (de extrema violência dos sérvios sobre os kosovares albaneses) e pelos conflitos étnicos de 2004 (de vandalização de tudo, pessoas e propriedades, sérvias, pelos kosovares albaneses). Teve por isso o viajante uma grande e agradável surpresa, ao passar por Prizren, talvez a segunda cidade do país (a maior a seguir a Pristina) a 50 quilómetros a sul da capital e a a