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A mostrar mensagens de junho, 2013

Lisboa, 23 de Junho de 2013

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  Os jornais falavam de um interessante fenómeno astronómico, que apenas voltará a ocorrer dentro de 18 anos. Como o sabes, leitor, continua o viajante a emocionar-se com estes pequenos nadas; por isso, passou boa tarde do serão a viajar até à lua, sem sair da sua varanda citadina. Mas valeu a pena: a lua nasceu enorme e brilhante, como nos filmes de vampiros. Primeiro, apareceu baça, rechonchuda e alaranjada como um gigantesco queijo holandês; depois, tornou-se prateada e luminosa, subindo no céu e espalhando um intenso jorro de luz.   O fenómeno é simples de explicar: por um lado, foi noite de lua cheia no dia do calendário a que corresponde menor período noturno. Ou dito de outra forma, a lua cheia ocorreu na noite mais curta do ano. Mas isso não é tudo nem o principal. É que a Lua descreve, em volta da Terra, uma rota elíptica, afastando-se e aproximando-se no nosso planeta. E esta lua cheia de 23 de Junho ocorreu num momento em que a Lua, por efeito da sua rota, atingiu o seu

Klingenthal, Alsácia, França

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  A primeira impressão revelou uma pequena e pacata aldeia, na beira de uma estrada secundária, a caminho da montanha. Congratulou-se o viajante por ter trazido, para este recanto dos Vosges, a meia hora de Estrasburgo, com que se entreter. Alguma leitura depois, percebeu o viajante ter encontrado mais um daqueles sítios que foram importantíssimos num certo período histórico, mas já não o são, porque a razão específica daquele protagonismo deixou de existir. Klingenthal é hoje em dia uma terreola pequena, de talvez uma ou duas centenas de habitantes. Apenas um ou dois dos seus edifícios se destacam, apesar de o conjunto da terra ter o charme habitual dos pequenos povoados franceses: entorno de arvoredo frondoso, ruas muito bem pavimentadas e arranjadas, casas antigas, mas em regra cuidadas. E vasos de flores por todo o lado. Olhando o viajante com mais cuidado, conseguiu descobrir as memórias do tempo em que neste lugarejo existia uma enorme indústria de produção de armas brancas

Braga, Portugal

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Tem o viajante alguma dificuldade em sentir empatia com Braga. A cidade é bonita e a sua gente simpática e acolhedora. A riqueza monumental impressiona. Mas falta-lhe um num sei quê para a tornar atraente. Parece faltar um pouco de charme à sua malha urbana – talvez algo que desse mais harmonia ao enorme conjunto, um pouco desconexo, dos monumentos do centro urbano. A verdade é que alguns destes monumentais edifícios, sobretudo os religiosos, são deslumbrantes, mas o contexto nem sempre afina pela mesma nota. Quanto à sua gente, é muito calorosa e acolhedora. Revela logo, ao primeiro contacto, uma extroversão descomplexadamente provinciana. Os bracarenses circulam pela sua cidade descontraídos e descuidados; ou então, atarefados, a trabalhar ou a comprar coisas nas lojas tradicionais da Rua do Souto. Ao contrário do que dizia o chavão do Estado Novo, a Braga moderna já não reza, enquanto Coimbra estuda e Lisboa manda. Tal como o Porto, a Braga do século XXI trabalha. E foi o trab