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A mostrar mensagens de fevereiro, 2011

Castelo de Monforte de Rio Livre, Chaves

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Numa crista descampada, desolada e ventosa da serra do Brunheiro, sobranceira ao vale de Chaves, a 825 metros de altitude, ergue-se o castelo de Monforte de Rio Livre. A partir da Estrada Nacional 103, que faz a ligação de Chaves a Bragança, deriva-se em Águas Frias por um estrada de terra em bastante mau estado, com cerca de um quilómetro. O acesso é mau, sempre em terra batida, mas por vezes muito irregular. O castelo e a vila de Monforte de Rio Livre foram um senhorio do príncipe D. Francisco, irmão do Rei D. João V. Antes disso, existiu aqui um concelho medieval, protegido por um castelo construído no tempo de D. Dinis. É ainda esse o conjunto edificado que resiste ao tempo, depois de ter sido abandonado progressivamente após a extinção do concelho, em 1853.   Da grande vila restam ruínas, cobertas de matagais. Em volta, há ainda grandes panos de muralhas e vestígios das portas. O castelo propriamente dito, que constituía a alcáçova, todo construído em granito cinzento, é compos

Sakkara, Egipto

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 Quando se pensa em pirâmides, pensa-se no Egipto e quando se pensa no Egipto, pensa-se em pirâmides. Normalmente, nas pirâmides de Gizé (a que no Egipto se chama Guiza). Porém, as pirâmides de Gizé, tal como a enigmática esfinge, ao lado delas, são apenas algumas das que restam do conjunto de antigos monumentos funerários egípcios, sobretudo do período do Império Antigo (séculos 30 a séculos 21 a.C). Ficam mesmo no limite urbano do Cairo e por isso são facilmente acessíveis aos turistas. Além disso, estão bem conservadas, ao contrário do que acontece com muitas outras das que se encontram na região que as envolve.  Porém, as pirâmides de Gizé não são as mais antigas que se conhecem. Em Sakkara, região que fica entre o limite do vale do Nilo e o deserto, a sul do Cairo, ainda é possível visitar aquela que foi a precursora de todas as pirâmides egípcias, construída para servir de sepultura ao faraó Djoser, da 3ª dinastia (portanto, entre 2700 e 2600 antes de Cristo). Até esta altura

Recife Velho, Pernambuco, Brasil

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  Modelou o viajante na sua memória as cidades do hemisfério sul, sobretudo do Novo Mundo, como imensos aglomerados de pessoas, algumas das quais trabalham em altíssimas torres de escritórios no centro e vivem em condomínios fechados, enquanto a esmagadora maioria da população vivem em bairros pobres e em favelas, que crescem nos morros próximos. Neste tipo de cidades, não tem o viajante encontrado propriamente um centro, no sentido europeu – costumam ter algumas ruas comerciais, com caríssimas lojas de marcas internacionais globalizadas, uma zona com altas torres de bancos e consultoras financeiras, por vezes, uma zona de hotéis e embaixadas. Tudo muito compartimentado e isolado, sem aparente ligação.  Muito menos tem o viajante encontrado nestas cidades aquilo a que habitualmente se chama um centro histórico – aquela zona mais antiga e cuidada, onde terá estado a sua origem. Têm, é certo, zonas mais polarizadoras de interesse, que vão variando ao longo do tempo, com a construção de

Mechelen, Bélgica

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  De vez em quando, inesperadas curvas da estrada revelam ao viajante pérolas escondidas. Assim aconteceu numa ocasional passagem em Malines (em francês), ou Mechelen (em flamengo), uma pequena cidade a meio caminho entre Bruxelas e Antuérpia. Esta pequena cidade, actualmente de província, já foi, em tempos, capital de todos os Países Baixos e é ainda a sede do arcebispado católico da Bélgica .   Calhou o viajante chegar a Mechelen de comboio, vindo de Bruxelas (breve percurso de 20 minutos) e ficar desiludido com o aspecto vulgar da zona da gare, bem como com o perfil comum da zona pedonal onde passou a caminho do centro histórico. Mas ao chegar ao Grote Markt , a principal praça da cidade, reconciliou-se com a terra. O Grote Markt é uma praça de piso empedrado, bordejada de casas em estilo hanseático, bem conservadas, algumas das quais com origem no século XVI. Foi essa a altura em que Mechelen era a capital, no tempo da regente Margarida de Áustria, tia daquele que viria a ser o i

Canary Wharf, Londres

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 É engraçado perceber como cada específico local causar sensações únicas, por vezes difíceis de explicar a quem não esteve ali, ou impressões que vão muito para além daquilo que se vê. Não deixa o viajante de se impressionar com esta capacidade que os sítios têm de o impressionar, de uma forma ou outra. Canary Wharf , nas docas do sueste londrino, construída a partir de destroços industriais, em décadas recentes, nas margens do Tamisa, é um desses locais de impressão muito clara. Essa impressão passa pelos figura dos majestáticos arranha-céus de vidro, sóbrios mas muito imponentes, a recortar o horizonte plano e a dar cor e luz à paisagem. Sentiu o viajante algo de futurismo, de desafio ao tempo que se vive. Mas também opressão pelos edifícios, e pela densidade deles. Nas esquinas das ruas, olhando para cima não se vê o céu: vê-se uma cruz azul, entre paredes espelhadas que sobem vertiginosamente na vertical. Nesta zona empresarial de Londres há muita gente na rua, a circular orden