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A mostrar mensagens de setembro, 2007

Itapuã, Bahia, Brasil

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O viajante chegou a Itapuã ao anoitecer e foi embora de manhãzinha cedo. Não teve por isso oportunidade de passar uma tarde em Itapuã, ao sol que arde em Itapuã, ouvindo o mar de Itapuã, falar de amor em Itapuã , como na velha canção de Vinicius, cantada por Toquinho e Djaban. Sentiu o arrepio do vento que a noite traz e o diz-que-diz-que macio que brota dos coqueirais , a banhar um mar que não tem tamanho e um arco-íris no ar . O tempo estava incerto, a chamar o pau, a pedra, e o fim do caminho, um pouco sozinho . Com a inspiração de Tom Jobim, eram as águas de Março fechando o verão . Eram as promessas de vida no teu coração. Itapuã fica uma dezana de quilómetros a norte de Salvador, no Estado da Bahia, na direcção do Aeroporto Internacional. A partir do centro da cidade, de taxi, é fácil chegar. A oferta hoteleira não é muito abundante, mas pode socorrer-se sempre o viajante da oferta de Salvador, rica e variada.

Vale de Chamonix, Alpes Franceses

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É um clássico vale glaciário, em forma de U, como muitos outros desta região da Savoy , a que os portugueses se habituaram a chamar Sabóia. A paisagem do vale é feita de montanhas altas, de cenário espectacular. Há glaciares, alguns com vários quilómetros de comprimento. No horizonte, picos gelados e agulhas escarpadas, rodeando o Monte Branco, o mais alto do vale, a 3800 acima dele. No inverno esquia-se, no verão há imensas actividades de ar livre. Sobretudo caminhadas pelos vários trilhos marcados. Durante todo o ano funcionam as subidas mecânicas para os picos das montanhas vizinhas. No lado oriental do vale há um conjunto alinhado de agulhas e glaciares que culminam a 4808 metros de altitude, no Monte Branco. Do lado ocidental o vale é delimitado por um maciço rochoso, menos nevado que o outro e mais apto a caminhadas de tempo quente. É a cadeia das Aiguilles Rouges , actualmente reserva natural, cujo pico mais alto é o Le Brevént , com 2525 metros de altitude. Este é um dos melh

Teatro Alla Scala, Milão

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O nome é bem conhecido dos que seguem os grandes recitais. O Teatro alla Scala , conhecido tradicionalmente em português como o Scala de Milão , é um templo internacional da música clássica. É talvez, o grande herdeiro da tradição lírica italiana. Foi construído no século XVIII e fica na Piazza della Scala , a dois passos do Duomo, a elegantíssima catedral da capital italiana da moda. Separa os dois edifícios a Galleria Vittorio Emanuele II , o mais antigo centro comercial do mundo. Ao viajante não causou tanta emoção ver a linha austera de teatro clássico como vem impressionando, desde há muitos anos, o peso do nome e da história do local. Como registo de viagem, fica a nota, evocando, in memoriam , Luciano Pavarotti (1935-2007), o tenor que quis um dia ser guarda-redes numa equipa de futebol, falecido em Modena, que era também a sua cidade natal, a 6 de Setembro .

La Défense, Paris

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A capital de França tem em vigor rigorosos regulamentos de protecção da sua tradicional malha urbana. Por isso, procurou expandir-se e dar liberdade à criatividade urbanística em zonas periféricas. Ou então em zonas degradadas, a precisar de renovação. Esta circunstância potenciou o desenvolvimento de núcleos localizados de edifícios e conjuntos modernos, que se destacam do contexto envolvente. É o caso de La Défense , a noroeste da cidade, no alinhamento da Avenue Foch e do Arco do Triunfo. É um conjunto de grandes edifícios, de arquitectura moderna, organizados em volta de uma esplanada central. Fecha esta esplanada o grande arco de La Defense , que está alinhado com o Louvre e o Arco do Triunfo. É um gigantesco cubo oco, em cujas paredes laterais há escritórios, onde funcionam serviços públicos. No topo, há um miradouro visitável, que tem acesso por um fantástico elevador de vidro. A zona tem serviço de metropolitano (estação “ Grand Arche ”).

Lisboa, 20 de Setembro de 2007, 22h30m

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Como se dizia nas crónicas jornalísticas do século XIX, abateu-se sobre a cidade uma violenta tempestade de raios e relâmpagos, seguidos de trovões e varridos por pesadas bátegas de água puxada a vento. A trovoada durou uma hora. Já alguém se lembrou de aproveitar a energia descarregada pelos raios?

Catedral de Sevilha

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A Catedral de Sevilla é uma genial e deliberada raridade , dizia Camilo José Cela (em "Vagabundo ao Serviço de Espanha"). Os clérigos que decidiram levantar a catedral sonharam passar por loucos perante as gerações vindouras . Conclui por isso que descrever a catedral de Sevilha, perante a qual a Notre Dame de Paris é quase ridícula e sem importância , é um infantil intento . Assumido isso, o viajante sempre dirá que a catedral é um dos inevitáveis pontos de visita para quem vai a Sevilha. É um edifício enorme, gigantesco, mesmo, como aliás o pretendiam os seus construtores. Na sua origem esteve uma decisão declarada: construir uma igreja tão deslumbrante que nenhuma outra se lhe comparasse. Estava-se no início do século XV e Sevilha apenas tinha velhas igrejas arruinadas, depois de vários séculos de cultura muçulmana. A verdade é que o resultado foi – e ainda é – a maior igreja gótica do mundo e o terceiro maior templo da cristandade (logo a seguir à Catedral de São Pedro,

Stresa, Lago Maggiore, Itália

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O destino é tão clássico e referenciado por ter interesse turístico que o viajante fica logo desconfiado. Sem ter chegado, a impressão vinda das leituras e pesquisas é a de um conjunto de sucedâneos de praias, outrora chiques e agora decadentes, destino de veraneio de italianos do norte, que têm o mar muito longe. Quando se chega a Stresa, a má impressão desfaz-se. O lago, é bonito, bordejado por povoações arranjadinhas e envolvido por montanhas sempre verdejantes. As águas são tranquilas. Não há muitos banhistas, mas há muitos barcos de recreio. Na cidade, nas mansões coloridas, está bem representada a imponência clássica. Chalés de férias e hotéis de época, magnificamente conservados e bem frequentados, mantendo a sua imponência majestosa. Ao largo de Stressa, as ilhas Borromeas ( Isola Bella , Isola dei Pescatori e Isola Madre ), igualmente cobertas de villas e outras edificações antigas e imponentes. A elas se chega de vaporetto , uma espécie de cacilheiro antigo, do tempo do va

Copacabana

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O nome desta praia brasileira é mítico para qualquer viajante que se orgulhe de o ser. Invocado, nada mais é necessário adiantar para se saber que se fala de uma das referências de destino planetário de eleição. O que actualmente é um ícone começou por ser uma longa e branca praia deserta, de águas paradas e quentes, nos arredores da antiga cidade história do Rio de Janeiro. No início do século XX, a rica burguesia do Rio, à época capital federal, escolheu estes quase cinco quilómetros de paraíso para instalar as suas casas de lazer e veraneio. Quando o clima e a placidez do local o puseram na moda, surgiram os hotéis, onde se hospedavam estrangeiros ricos. É desse tempo a construção do velho mas muito actual e charmoso Hotel Copacabana Palace, ainda hoje símbolo de glamour e sofisticação. Actualmente já não há vestígios dos chalés do início do século passado: toda a faixa costeira está plantada de hotéis e de arranha-céus onde vivem ricos e famosos – Óscar Niemeyer, por exemplo, go

Adega Faustino, Chaves

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Actualmente, é uma tasca típica. Comem-se aqui pequenos petiscos regionais, cuja máxima sofisticação é atingida na costeleta de vitela barrosã. O vinho, é o da casa, em jarro. O sítio é castiço e vale a pena pela simplicidade dos sabores e do ambiente. E pelo preço módico, também. O edifício onde está instalada a adega já foi uma garagem de camionagem, construída há um muitas décadas, no advento dos transportes rodoviários de mercadorias. Quando foi construído, destinou-se a ser armazém de vinhos, com espaço suficiente para nele entrarem as camionetas que transportavam as barricas com o precioso néctar. “o Faustino” veio a ser o maior comerciante local de vinhos, abastecendo boa parte das tabernas locais, numa época em que as versões engarrafadas ainda eram pouco frequentes e esta “mercadoria” sobretudo vendida a granel. A par deste negócio, a Casa Faustino passou também a vender vinho a copo ao balcão, a bons clientes habituais e frequentes. Nesta época ser cliente do Faustino passou

As vinhas de Jerez de la Frontera, Espanha

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Muito se poderia dizer das vinhas de Jerez, na Andaluzia. É particularmente interessante visitar as vinhas de San Lucar de Barrameda, onde se colhem as uvas para a manzanilla , que se arroga a qualidade de ser o único vinho do mundo com nome feminino. Os vinhos de Jerez já tiveram melhores dias. Deixaram de ser hegemónicos no mundo anglo-saxónico, como vinhos de aperitivo. Não obstante, os enólogos explicam que, sobretudo as variantes mais secas – quer a manzanilla , quer o fino , são óptimos estimulantes do apetite. A manzanilla é em geral um vinho encrespado, que cria na boca sensação de frescura, tipo água marinha. Tem até um certo travo salgado. A prova é difícil. Nas primeiras vezes, sente-se repulsa por este perfil de bebida antipática. Só com muita insistência se aprende a gostar. As vinhas têm todas um solo calcário muito branco, que reflecte a luz solar e faz atingir mais cedo a maturação das uvas. É o solo de albariza, de uma intensidade luminosa quase insuportável à vista.