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A mostrar mensagens de junho, 2011

As mesquitas de Istambul

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Ao contrário de outras grandes nações do mundo islâmico, a Turquia é uma república laica. Não obstante, em Istambul, a maior cidade do país (diz-se que terá 4 a 5 milhões de habitantes, ou 10 a 11 milhões, se se incluírem os subúrbios), por todo o lado a marca do islão é bem visível. Istambul tem centenas de mesquitas, com os seus minaretes muito esguios a marcarem a silhueta do horizonte urbano. A Turquia é islâmica há mais de cinco séculos e para os muçulmanos a mesquita é o lugar mais importante da cidade – é por isso que as mesquitas são sempre os edifícios mais imponentes de cada aglomerado urbano: são vistas como uma manifestação estética dos crentes, que a erigiram por inspiração divina, claro. As mesquitas são o centro da vida social e religiosa, mas são sobretudo um lugar de oração: deve entrar-se nela purificado (por isso os muçulmanos fazem abluções antes de entrar e também por isso não se pode ali entrar com os sapatos, que consideram sujos, por andarem no chão). Hoje, como

Cidade do México

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  A grande impressão que reteve o viajante, ao aterrar na capital deste país de mais de um milhão de quilómetros quadrados (doze vezes maior do que Portugal) e de 120 milhões de habitantes, foi a de um mar de luzinhas a piscar na noite. Na megalópole que é a cidade do México vivem 15 milhões de almas, mas se se contarem também os miseráveis que vivem em barracas, nos subúrbios, o número sobe para 25 milhões. Aliás, mesmo fora das favelas, a generalidade das pessoas vive em bairros pobres (a que chamam “barrios”), em casas térreas e de construção rudimentar. São estas construções que marcam a arquitectura geral da cidade, localizada num vale entre montanhas, cujas encostas, aliás, têm vindo gradualmente a ser cobertas por favelas de casas de tijolos, cinzentas, tristes e miseráveis.   Mas nem toda a cidade é assim. O centro histórico, à volta do Zócalo, ou praça da Constituição, é vivo e colorido. Aqui se encontram muitos dos edifícios mais antigos ainda restantes da antiga capital da

Zagreb, Croácia

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Zagreb é uma velha gaiteira, que se converteu numa jovem capital moderna. Diz o viajante isto sem desprimor para a capital da Croácia, com a qual, aliás, simpatizou à primeira vista. Logo desde a chegada ao aeroporto, pequeno e caseiro, ficou com a impressão de uma terra ordenada e composta. Os bairros periféricos, modernos e em boa parte planeados no tempo dos socialistas, são arejados e atravessados por larguíssimas avenidas. As manifestações de modernidade nem sequer são de mau gosto, como é habitual em muitos dos países do antigo bloco do leste da Europa. Nem sequer se vêm a degradação e a aparência de pobreza de outras cidades das antigas repúblicas jugoslavas. Em todo o caso, a capital croata não consegue descolar de algum provincianismo: não é que seja pequena (é verdade que não é grande), mas sobretudo falta-lhe a dimensão e a estrutura de uma verdadeira capital. Claro que esta modéstia não é exclusiva de Zagreb e anotou-a já o viajante noutras capitais do centro europeu, cujo

Ribatejo

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  Não costuma o viajante “andar aos ninhos”, como dizia Torga, nem viaja nas terras do jardim, como faria nos dias de hoje Garrett. Mas não conseguiu evitar deixar nos cadernos nota do ninho de alvéola cinzenta que ali foi construído nesta primavera, logo no início de Abril. A alvéola (em particular a branca, Motacilla Alba ), é uma das espécies mais comuns em Portugal. Por toda a parte, no campo, em zonas verdes abertas e também em zonas húmidas, ocorre com frequência, mostrando exuberantemente o seu voo ondulante e os seus passos saltitantes, de cabeça no ar, deixando atrás de si a elegância da sua cauda.   Nidifica onde calha – desta vez, foi num vaso de gerânios, num canto do jardim, mas podia ter sido mesmo no chão. Neste caso, surgiram ali 5 ovos (as alvéolas chegam a pôr seis) e, duas semanas depois, nasceram ali cinco crias, muito penugentas e medrosas, que quando não piavam, pedindo comida, dormiam. Não se pode dizer que fossem bonitas. Mas volvidas outras duas semanas já

Visitar a China

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  Partiu o viajante para o extremo oriente com uma apreensão que já há muito deixou de ter nas vésperas de viajar: apreensão pelo desconhecido, pela dificuldade de lidar com a diferença, pelo bloqueio linguístico, pela distância, física e geográfica, cultural e civilizacional. Porém, em geral, os mais básicos receios não se confirmaram. Aliás, já assim tinha sido na preparação da viagem: foi fácil e expedito obter o visto de entrada, na Embaixada da China em Lisboa (recorda bem o viajante o pesadelo que foi obter o da Rússia, ainda não há muito). Por outro lado, as marcações e reservas, à distância, mesmo sem apoio local, foram eficazes. Do lado de lá do mundo, por email, veio rapidamente sempre resposta tranquila para tudo.   Ficam, porém, duas notas importantes: a primeira, quanto à dimensão do país e de tudo o que nele cabe; a segunda, para a diferença de conceitos e de referências. Quanto à dimensão, é óbvio o tamanho gigantesco, quase fora da escala humana, do país mais povoa

Museu de Ramsés II, Mênfis, Egipto

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  Ramsés II, talvez o mais poderoso faraó da história do Egipto e das suas 30 dinastias, que governaram o país durante quase 30 séculos, teve, no seu tempo, um templo em Mênfis. O local é hoje em dia uma modestíssima aldeia do vale do Nilo, a 27 quilómetros do Cairo, que já nem se chama como então (o seu actual nome é Mit Rahina). Aquele faraó foi um caso de rara longevidade: por um lado, foi o senhor dos reinos unificados do Baixo e do Alto Egipto durante um imenso período de 67 anos (entre 1279 e 1213 a .C.); por outro, a sua múmia - prosaicamente, o seu cadáver, embalsamenado -, ainda existe e está conservada no Museu do Cairo, na sala das múmias reais – está portanto conservada desde há mais de 3.200 anos!   O poder faraónico foi fundado pelo rei Narmer, que cerca de 3100 a.C. unificou o Baixo e o Alto Egipto, dando assim origem a um longo período que os historiadores dividem em Império Antigo, Império Médio e Império Novo, além de outros períodos intermédios e do período dinást

Hotel Burj Al Arab, Dubai

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  A mística deste hotel é global: o seu estatuto e até mesmo a sua imagem granjearam-lhe fama à escala planetária. Diz-se ter 7 estrelas, classificação estranha, que “rebenta” a escala clássica e legal, de 5. A verdade é que este é um hotel classificado de cinco estrelas. E, oficialmente, nunca se referiu em lado nenhum - nem a direcção do hotel o assume -, que o hotel tem sete estrelas. Explorando o tema, facilmente veio o viajante a concluir que o estrelato exagerado é o resultado de uma bem montada estratégia de marketing. A história é simples: a família do Emir do Dubai definiu há muito uma clara estratégia política e económica que tem em vista tornar aquele emirato árabe como um destino turístico de luxo. Foi feito investimento em hotéis, centros comerciais, infra estruturas urbanas, marinas, urbanizações e edifícios arrojados (a célebre torre mais alta do mundo e as duas célebres palmeiras “desenhadas” no mar), entre muitas outras iniciativas.   A par disso, foi montada um