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A mostrar mensagens de outubro, 2011

Praça de Tianamen, Pequim

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  O nome Tianamen ou, em português, “paz celestial”, faz despertar no viajante a memória de um fleumático manifestante que, sozinho, com um saco de compras na mão, enfrentou um carro de combate e desta forma o exército e o poder político chinês. A história bem conhecida dos protestos a favor da democracia, esmagados pela força militar em Junho de 1989, não conseguiu esbater-se da mente do viajante, quando passou por aquela que é a maior praça do mundo, no coração de Pequim. Mas além desta revolta, a praça foi palco de outros “incidentes” de idêntica natureza, na delicada terminologia chinesa.   É certo que o local, de passagem obrigatória para quem visita a cidade, está cheiro de pacíficos turistas equipados com máquinas fotográficas e também de vendedores ambulantes. Mas nota-se bem a densidade de agentes policiais fardados. E nestes, apesar de não reagirem quando se lhes tiram fotografias, evidencia-se alguma tensão. Há óbvio receio de novas manifestações: aliás, na entrada da pra

Salvador da Bahia, Brasil

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  Não costuma o viajante optar por clichés, mas desta vez sentiu algum apelo quando teve oportunidade de visitar Salvador. Bem sabia que esta cidade, de talvez três milhões de almas é, actualmente, um dos principais destinos turísticos do Brasil. As vagas de turistas vêm, antes de mais, à procura das excelentes praias (vem logo à memória Itapuã, que inspirou Vinicius e foi cantada por Toquinho e Djavan). Mas também dos monumentos históricos interessantíssimos e das manifestações culturais variadas. E depois, claro, para compor o cliché, das figuras típicas das enormes e pesadas bahianas, cuja imagem decorava os pacotes de uma marca qualquer de café, daquelas que já não há. Para lá dos clichés, encontrou o viajante em Salvador a cidade de um povo alegre, que organiza um carnaval rival do carioca. E criativo, também. Por aqui, na enormíssima tradição musical da Bahia, passam as raízes da música popular brasileira, entre muitas outras sub-culturas do Brasil moderno. Aqui nasceram Caetan

Museu Thyssen-Bornemisza, Madrid

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  Madrid é uma cidade de referência para quem gosta de visitar museus: alguns dos melhores museus de arte do mundo ficam aqui e nem é necessário referi-los para que de imediato assaltem a mente do leitor. É o que se passa com o Museu Thyssen, que deixou no viajante uma excelente impressão. Tem muito que ver e é entretido, mas sem ser excessivo. É um programa para um par de horas agradáveis. Fica, como é bem sabido, no centro de Madrid, a dois passos do celebérrimo Museu do Prado.   O Museu Thyssen-Bornemisza reúne uma impressionante colecção de arte, que abarca sobretudo pintura ocidental, desde a Idade Média aos pintores vanguardistas do início do século XX. A visita está organizada num percurso historicamente orientado, que vai percorrendo toda a colecção. Este acervo foi originariamente reunido pela família Thyssen-Bornemisza e acabou por ser comprada pelo Estado Espanhol em 1993. Além da colecção principal, está também disponível para os visitantes a chamada Colecção Cármen Thys

Nando’s Chicken

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  Já tem calhado o viajante cruzar-se com restaurantes de comida rápida da cadeia “Nando’s” em várias paragens. E já se tem intrigado sobre se existe alguma competição quanto à originalidade fácil dos respectivos anúncios. Na sucursal de Covent Garden, em Londres, uma placa do tipo daquelas que nas estradas anunciando obras, dizia “ men eating chicken ”. No mesmo local, outro anúncio, evocando o frango picante, dizia “Peri -Peri: so good that named it twice ”. Ainda assim, o prémio do viajante vai para a sucursal de Nicósia, em Chipre que, ao lado do nome do restaurante, adiantava: “ oral satisfaction ”.

Pousada da Ria, Beira Litoral, Portugal

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  Não é o viajante um cliente habitual das Pousadas de Portugal, embora goste de muitas delas. A razão é simples: são normalmente sítios muito confortáveis e distintos, mas é uma extravagância que custa muito dinheiro. Vem esta confissão despropositada a propósito de uma breve estadia na Pousada da Ria, uma das mais antigas Pousadas – e também, historicamente, talvez, das mais emblemáticas. Visitar a Pousada da Ria é um pouco como regressar ao antigo regime, anterior a 1974: a arquitectura é antiga e fora de moda; os móveis e a decoração do edifício são desactualizados e, em boa parte, já tiveram melhores dias; o próprio jardim, que não está maltratado, parece um antigo recinto de seminário, com relva e meia dúzia de arbustos decorativos, dispostos sem alegria nem criatividade. Não destoa a piscina, que apesar de tudo é muito agradável, mesmo ao lado das águas calmíssimas da ria. Durante a passagem por aqui, esteve sempre o viajante à espera de ver algum surgir um daqueles person

Nossa Senhora de Fátima, Ilha Maurício

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  As imagens que acompanham estas notas do caderno de viagem, foram tiradas na Ilha Maurício, próximo do mar, na zona de Petite Riviére Noire. Depois de uma curva da estrada, por entre mangueiras carregadas de mangas, deparou-se o viajante com uma tosca casa, com uma cruz alta ao lado. Na cruz, uma placa denotando francês (a língua mais falada na ilha, a seguir ao crioulo) dizia “N.D. de FATIMA”.   Não sem surpresa parou o viajante e pode concluir que esta pequena e tosca igreja da beira da estrada, construída em madeira e coberta com folhas de cana secas era efectivamente dedicada à Virgem de Fátima. Mais que um edifício, a igreja é um telheiro, aberto de um dos lados. Os bancos onde os fiéis se sentam já ficam fora desta espécie de cabana. Na extremidade da espécie de adro da igreja, num nicho, há uma imagem de Nossa Senhora de Fátima.   Segui o viajante a sua jornada sem que tenha conseguido, nas redondezas, encontrar quem explicasse a razão de ser desta igreja. Na ilha Mauríc