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A mostrar mensagens de janeiro, 2010

Olinda, Pernambuco, Brasil

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Era uma velha referência, não concretizada, a visita a esta cidade que foi já declarada património cultural da Humanidade, a apenas sete quilómetros de Recife, a enorme capital do Estado Brasileiro de Pernambuco. Na verdade, esta região emblemática da colonização do Brasil foi daqueles locais onde mais sentiu o viajante a dimensão e magnificência da história de Portugal Olinda foi fundada por holandeses. A tradição diz que Maurício de Nassau, o regente holandês na viragem do século XV para o XVI, altura do colapso do poderio português na região, olhando para este sítio terá dito “ó linda!” Ignora o viajante se o líder da libertação dos flamengos terá vindo aqui alguma vez, mas é sabido que de facto os holandeses controlaram esta região durante a regência espanhola de Portugal. Porém, aquilo que ficou para a história foi o legado português, em particular na arquitectura religiosa. Olinda é um preservadíssimo conjunto de modestas casas, mas muito interessantes e coloridas, aqui e ali

Petra tou Romiou, Chipre

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Quase passou o viajante, sem dar conta, por um dos locais mais míticos de Chipre, na estrada costeira, no extremo sul da ilha. Aqui, no troço de Paphos para Limassol, a costa é alcantilada e a estrada vai-a seguindo, subindo e descendo as falésias consoante estas também sobre e descem. Esta zona é justamente divulgada pelos guias como uma das mais bonitas parcelas da costa sul. As encostas são de rocha calcária muito branca e, além disso, muito próximo da praia, emergem frequentemente das águas escolhos tão graciosos como perigosos. É assim também a zona de Petra tou Romiou, onde várias rochas emergem das águas, muito próximo da costa, formando estranhos avanços da terra no mar. O local é estranho, e tem vindo a ser conhecido como a Rocha de Afrodite. De acordo com a mitologia grega, foi aqui que nasceu Afrodite, emergindo das espumas marinhas e chegando à praia sobre uma concha puxada por golfinhos. Veio a descansar em Palepaphos, a velha Paphos, onde mais tarde veio a ser-lhe ergui

Quinta da Regaleira, Sintra

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Veio o viajante da Quinta da Regaleira com a sensação que deverá ter tido Saint-Exupery quando disse que aquilo que é mais importante não se vê com os olhos. De facto, este enigmático recanto da Serra de Sintra é estranho e não se deixa perceber logo à primeira. O local é muitíssimo fácil de encontrar: fica no percurso que liga a vila de Sintra ao Palácio de Seteais. Aquilo que logo se vê da estrada é o conjunto de edifícios da quinta, que datam do início do século XX. O palacete, propriamente dito, é neo-manuelino. O mesmo se passa com a capela, que fica muito próxima do palácio. O conjunto, na versão que hoje existe, destinou-se a servir de férias aos proprietários (a família de António Carvalho Monteiro, também conhecido como o Monteiro dos Milhões, por ter regressado do Brasil muito rico – circunstância que, aliás, lhe permitiu comprar em hasta pública esta propriedade). Foi seu principal arquitecto Luigi Manini, que já antes tinha desenhado o Palace Hotel do Buçaco. Ficou o viaja

Miradouro de São Lourenço, Chaves

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O inverno que corre já pintou Trás-os-Montes de branco por várias vezes. Em particular, perto do Natal, altura das imagens acima e em baixo, caíram vários nevões que cortaram estradas, paralisaram actividades e, acima de tudo, deixaram no ar um mágico e musical sentimento de “white christmas as it used to be”.Em Chaves, onde cai pouca e rara neve, o manto branco deixa-se sempre ver ao longe, causando inveja, nas encostas das Serra do Brunheiro e, mais ao longe, do Alvão e do Larouco. Este ano, porém, o espírito natalício foi mais generoso e fez chegar à neve até às ruas e jardins da cidade. Não precisaram os flavienses de ir ao Miradouro de São Lourenço, como fez o viajante, para pisar a neve fofa, acabada de cair, e ter a soberba vista do vale de Chaves coberto de branco.

Pirâmides de Gizé, Egipto

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Quando chegou a Gizé, no limite urbano do Cairo, levava o viajante alguma emoção. Recordava, a propósito, as palavras que se diz Napoleão ter dito aos seus soldados, quando aqui chegaram, no fim do século XVIII: “daqui do alto, quarenta e cinco séculos vos contemplam!”. No entanto, não conseguiu o viajante encontrar no lugar a magia que esperava descobrir. Desde logo, a zona das pirâmides fica no limite do perímetro urbano desta megalópole de 20 milhões de habitantes, a cerca de 12 km do centro. A viagem para aqui chegar, sempre algo duradoura, pelo inevitável e caótico trânsito, deixa profundas notas de suburbanidade e de miséria do terceiro mundo. Depois, toda a visita é indelevelmente marcada pela constante e muito maçadora presença de vendedores de souvenirs, de tratadores de cavalos e camelos que querem impingir passeios pelo deserto, ou ainda de outros habitantes locais que insistem em servir de guias às ruínas. Não é fácil esquecer estes assaltos e recordar que estes edifício

Moscovo

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Henri Cartier-Bresson, o mítico fotógrafo viajante francês do século XX, fundador (com Robert Capa), da Agência Magnum, em Nova Iorque, percorreu a URSS na década de 1950, altura em que muito poucos cidadãos de países ocidentais logravam tal façanha. Quando chegou, de comboio, a Moscovo, ficou extasiado pela dimensão da cidade. Registou nas suas anotações que se sentiu como um campónio que chegou à cidade. De certa forma, também assim se sentiu o viajante, ao chegar à maior cidade da Europa – no início do século XXI, Moscovo terá cerca de 10 milhões de habitantes). Mas a grandeza da cidade não é de agora. Esta cidade gigantesca foi capital da Rússia desde a Idade Média até que o Czar Pedro o Grande a transferiu para São Petersburgo, no início do século XVIII. Voltou a ser de novo capital após a revolução bolchevique, de 1917. Nela anotou o viajante a rede de metro gigantesca mas muito eficaz e a imensa teia de aranha de vias rodoviárias, que percorrem a zona urbana e os subúrbios. Po

Podgorica, Montenegro

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Leu o viajante, durante a sua estadia na capital da nova República de Montenegro, que “ Podgorica é um sítio para chegar, fazer o que tem que se fazer e andar ”. Assim fez e não se arrependeu. De facto, a capital deste estado balcânico, até 2006 integrante de uma federação herdeira da antiga Jugoslávia, tem muito pouco interesse. Nada tem o viajante contra a Baixa da Banheira, cujo nome conhece, mas onde nunca foi. Não sabe exactamente se o impressionismo do nome desta localidade da margem sul do Tejo espelha a realidade daquela terra. Porém, ao chegar a Podgorica, teve o viajante a sensação de poder ter chegado à Baixa da Banheira. A cidade não é grande e tem algumas avenidas largas, traçadas em época moderna, no tempo em que se chamava ainda Titograd e se integrava na Jugoslávia. Além disso, tem bairros antigos, sem charme ou interesse algum, que parecem antigas aldeias negligenciadas da periferia de Lisboa que, com a pressão imobiliária foram envolvidos por urbanizações massivas.

Txapela, taberna vasca, Barcelona.

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Não tem o viajante recomendado muitos restaurantes por aqui. E quando o tem feito é, em regra, para referir um outro tipo, no qual não cabe o Txapela. É um bar de tapas, á espanhola, podendo comer-se nas mesas ou também no balcão. É animado, sempre com muito ruído de copos e pratos a serem servidos. Sendo em Espanha, claro que atravessam o ar imensas conversas em voz alta. As tapas e os pintxos são uma fórmula de sucesso. Recorda o viajante que há já vários anos que chegaram a Portugal e foram muito bem sucedidos. As tapas são baratas e não empanturram. E são o melhora acompanhamento para uma “copa”. No Txapela servem Estrella Damm , talvez a melhor cerveja espanhola. E a acompanhá-la, “ xistorra ”, linguiça de Navarra, condimentada, mais dura e consistente que o “ sagardoa ”, chouriço mais macilento, mas muito saboroso, cofitado em cidra. Ou então “a rantxa ” que é uma das campeãs – espetada de gambas, cogumelos e bacon, temperados com ervas e flor de sal. O “ pop ” é uma espetada

Vilnius, Lituânia

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Na capital Lituana, em Dezembro de 2009, ficou o viajante a saber que tinham aberto os saldos de Drogas. Conseguiu descobrir que Drogas é uma cadeia local de perfumarias…

Pipa, Rio Grande do Norte, Brasil

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A imprensa de viagens fez de Pipa uma das mecas dos turistas que procuram o nordeste brasileiro. O cliché é perfeito: clima fantástico, praias paradisíacas, preços baratos e a garantia de um povo amigável e simpático; para portugueses ainda a facilidade da língua e a similitude de hábitos com os locais. Calhou ao viajante passar por perto e o apelo parecia magnético e irrecusável. Por isso, lá foi o viajante de carro, vindo de Natal. A viagem durou cerca de duas horas, em parte por estradas nacionais e em parte por estradas estreitas, através de aldeolas no mato. Há autocarros a partir da capital do Rio Grande do Norte, mas é bem sabido o desconforto, a imprevisibilidade e insegurança dos transportes públicos neste tipo de paragens. O “vilarejo”(é a expressão local) de Pipa é na verdade um lugarejo de uma só rua, estreita e sinuosa, rodeada de velhas casas de pescadores, agora transformadas em “creperias” ou “mercadinhos”, ou lojas de artesanato. Todas elas pouco cuidadas e sem sofis

Minde, Alcanena, Santarém

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Em Agosto de 2009, andava o viajante à procura do falar minderico quando viu esta placa, colocada na estrada, na entrada desta vila ribatejana, à beira num campo de eucaliptos, cercado por um muro de tijolos nus. E sorriu, mas não sabe o viajante porque lho recomendavam.