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Os portugueses no Luxemburgo

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“Ó Horácio: há limas?” Foi isto que o viajante teve como resposta à pergunta que fez, depois de entrar no Hotel La Ville de Bruxelles , em Vianden, nos confins das Ardenas, no Luxemburgo. Logo ao passar a porta de entrada, tinha visto na parede um papel manuscrito onde se dizia “há caipirinha”. Em português, pediu uma. E o seu cálculo não foi errado, porque logo de seguida a empregada de mesa, com claro sotaque do nordeste transmontano, fez a pergunta ao rapaz moreno e baixo, de t-shirt de mangas cavas, que estava por detrás do balcão. E sim, havia limas. “Sabe”, explicou a rapariga, “estive de congée e só voltei hoje e por isso não sabia se havia”. O que também havia era sopa de cenoura, abóbora e couve galega – aliás bastante melhor que a caipirinha. E só mais tarde o viajante reparou que na porta do bar estava pendurada uma bandeira portuguesa e que a ementa era bilingue: em português e francês. E também que a ementa era verdadeiramente de cozinha de fusão, com grande densidade d

Nova Zelândia – os antípodas próximos

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  Literalmente do outro lado do mundo, geográfica e fisicamente, a Nova Zelândia é o país que fica mais distante de Portugal. Não obstante, encontrou lá o viajante um familiar porto de abrigo, do lado de lá da imensidão das culturas asiáticas e oceânicas que têm que se atravessar até lá chegar. Apesar do seu tamanho enorme – tem 270 mil quilómetros quadrados, o que equivale, mais ou menos, ao tamanho das ilhas britânicas –, a Nova Zelândia é um dos países mais isolados do globo. A próxima massa de terra (a Austrália) fica a 1600 km de distância de mar austral e navegação difícil. Além disso, geologicamente, as ilhas são novas: têm origem vulcânica e bem pode dizer-se que ainda estão em construção.   Desta juventude geológica resultou que, verdadeiramente, fosse das últimas terra do mundo a ser ocupadas e colonizada por humanos. Sabe-se que os seus primeiros ocupantes (o povo maori, originário das ilhas polinésias de Tonga e Samoa), apenas chegaram aqui há cerca de 1000 anos. O

El Calafate, Patagónia, Argentina

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  Calhou ao viajante passar em El Calafate, a caminho para o glaciar Perito Moreno, no Parque Nacional de Los Glaciares, na Patagónia, no sul da Argentina. Esta desconhecida terriola, com apenas algumas dezenas de anos, surgida quando surgiu o interesse na visita aos glaciares, está em pujante expansão. Não há muito, era apenas um lugarejo – pouco mais que uma quinta, como outras quintas ganadeiras que há na região. Actualmente, há aqui hotéis para todos os gostos e preços, restaurantes, bares, agências de viagens, bancos e imensas lojas, sobretudo de equipamento de montanha e para caminhar.   O nome da terra é o mesmo de um arbusto baixo e espinhoso que cresce em grande abundância pela estepe e nas encostas das faldas dos Andes. Este arbusto modesto dá flores amarelas na primavera, que depois se transformam em bagas que parecem uvas. Tão emblemático como o calafate, são as lengas, árvores enormes, com estrutura parecida às das faias, onde crescem folhas carnudas, de tonalidade verd

Florença, Itália

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A subida para a cúpula da Catedral de Santa Maria dei Fiore faz-se por uma íngreme e escura escada em caracol. Ao longo dela, os tradicionais escribas destes sítios, herdeiros dos homens das cavernas, mantêm viva a arte rupestre, assim perpetuando as pegadas dos seus membros anteriores na pedra daquele monumento. Pelos visto, já por lá passaram o Carlos e também a Cármen e o Agostinho, de “Ançã, Portugal”.

Casa-Museu Madre Teresa, Skopje, Macedónia

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  Ficou conhecida como Madre Teresa de Calcutá e teve, a partir do meio da sua vida, cidadania indiana (e também cidadania honorária norte-americana). Mas nasceu em Skopje, filha de pais albaneses e chamava-se Agnes Gonxha Bojaxhiu. A sua Memorial House ( http://www.memorialhouseofmotherteresa.org ) fica na principal avenida da capital – a Rua Macedónia, em tempos Rua Tito, uma artéria pedonal, no centro comercial da cidade. Está aberta das 9:00 às 20:00 (ao fim-de-semana fecha às 14:00). Nalguns dias da semana tem serviço religioso, na capela. Tudo é de entrada livre. Curiosamente, mas não por acaso, a localização do edifício é a mesma onde em tempos existiu uma velha igreja católica, dedicada ao Sagrado Coração de Jesus, onde Agnes Gonxha foi baptizada, um dia depois de ter nascido, a 27 de Agosto de 1910. Também era esta a igreja onde vinha regularmente, na sua prática católica, enquanto viveu na Macedónia. É interessante perceber que um museu dedicado a Madre Teresa, católica, t

A aventura do açúcar na ilha Maurício

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  Quando os holandeses ocuparam a ilha Maurício, no fim do século XVI (quase um século depois de a ilha ter sido descoberta pelos portugueses), introduziram o cultivo da cana do açúcar. A cana encontrou aqui um clima óptimo e os solos vulcânicos, nunca antes agricultados, eram riquíssimos.   Pouco depois, as plantações de cana do açúcar estendiam-se a toda a ilha, multiplicando-se as unidades de extracção (a que os portugueses do Brasil colonial chamavam “ engenhos ”).   Em breve toda a economia da Maurício dependia deste produto. Nos tempos mais recentemente, a queda dos preços nos mercados internacionais fragilizou o sector, que tem vindo a reconverter-se, sob pena de ter que cessar a actividade. Há já muitas fábricas fechadas, sendo a sua antiga produção canalizada para outras, que ainda vão sobrevivendo.   Vem isto a propósito de uma visita turística (na ilha, turístico, mais turístico, não há…) que o viajante fez à velha fábrica de açúcar Beau Plan, agora convertida em mu

Auckland, Nova Zelândia

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  Visitar grandes cidades do hemisfério sul supõe um espírito diferente. Assim é, por exemplo, porque são cidades que nem sempre têm um centro e muito menos um centro histórico, já que a generalidade delas se localiza em países com uma muito recente história. Por outro lado, são normalmente terras onde os visitantes e turistas são mais seduzidos pelo que podem fazer do que pelo que podem ver: isto é, as actividades de laser são mais atractivas do que os locais a visitar. Também acontece assim com Auckland, a maior cidade da Nova Zelândia, onde as duas coisas mais interessantes sugeridas aos turistas são os passeios marítimos em super lanchas rápidas, nas baías da zona e subir à torre das telecomunicações, para saltar de lá para baixo, com a técnica do bungy jumping .   Apesar desse espírito – e de não lhe apetecerem emoções fortes –, dispôs-se o viajante a desfrutar da maior e mais importante cidade da ilha norte da Nova Zelândia. Auckland tem 1 milhão e duzentos mil habitant

Samoa, o Pacífico diferente

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  No coração da Polinésia, as ilhas Samoa gostam de ostentar uma história que dizem ter 3 mil anos. Diz-se que, juntamente com Tonga, o país insular mais próximo, é aqui que está a origem de toda a civilização polinésia: foi aqui que se estabeleceram os povos pré-históricos que criaram a cultura polinésia e daqui se expandiram para todo o Pacífico: entre outros, para o Havai e para a Nova Zelândia (a cultura maori teve origem aqui).   Esta cultura sedimentou-se muito, porque os europeus chegaram cá muito tarde: os primeiros, terão sido navegadores holandeses, que vinham à procura de baleias e que aportaram Samoa em 1722. Cem anos depois chegaram os primeiros missionários cristãos, que pouco tempo depois tinham evangelizado completamente as ilhas. Em termos políticos, Samoa foi governada pelos seus chefes tradicionais até 1899. Nessa data passou a ser um protectorado alemão e assim se manteve até à Iª Guerra, no decurso da qual passou para o domínio da Nova Zelândia, que governo

As “moules” de Bruxelas

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  Juntamente com a cerveja e os chocolates, as “moules frites”, ou mexilhões com batatas fritas, são um dos ícones mais presentes na memória do viajante, quando a referência é Bruxelas. Tal como os chocos fritos de Setúbal, são um pitéu barato, pouco exigente, de preparação simples. Os dois fritos partilham ainda a origem muito recente. Como todos os turistas que passam por Bruxelas, já calhou ao viajante jantar no Chez Léon, uma “fritaria”, na Rue des Bouchers, nas traseiras da Grand-Place. É uma casa de pasto muito antiga, com origem em 1893, na altura com o estatuto de pequena tasca, onde se serviam mexilhões e batatas fritas. O seu dono era Léon Vanlancker. Décadas depois, no decurso da exposição de 1958 (a World Expo 1958, cujo emblema principal veio a ser o Atomium), o Chez Léon instalou-se no recinto da Expo e serviu “moules frites” aos numerosos visitantes internacionais.   Desde então, Bruxelas transformou-se na capital do mexilhão e deu à Bélgica, país de história curta e

Cracóvia, Polónia

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Passou o viajante pela antiga e histórica capital da Polónia num mês de Abril frio e gelado. Tanto, que as fotográficas que tirou, ficaram ainda mais fracas do que o habitual. Mas apesar disso, conseguiu aperceber a enorme alma desta cidade, que durante vários séculos (do século XI ao século XVI) foi capital e residência de reis e por isso centro importante de artes e ciências. O seu centro histórico foi declarado património da Humanidade em 1978 – foi a primeira lista de locais outorgada pela Unesco e Cracóvia fez parte deste reduzida lista de lugares. Recorda, em particular, o viajante, a Praça Rynek Glowny, um enorme espaço quadrado de 200 metros de lado, do qual se diz ser a maior praça medieval da Europa. No meio, está o antigo mercado dos panos, um edifício do século XIII (embora tenha sido ampliado com elementos góticos e renascentistas), desde sempre dedicado ao comércio, actualmente repleto de lojas de artesanato. Mas impressionou-o também a cidadela de Wawel, nas margens do

Lisboa, Avenida Fontes Pereira de Melo

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Por vezes, no seu país, o viajante fica sem palavras. Perante esta imagem, confessa não saber o que dizer: será esta uma consequência do acordo ortográfico? Ou será apenas um subtil detalhe de uma acção de marketing , demasiado elaborada para o modesto nível de exigência do viajante?

Neues Museum, Berlim

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Visitou, há anos, o viajante, um espaço nos arredores de Berlim que se chamava Ägyptischesmuseum e ficava na zona de Charlottenburg. Dele reteve, em particular, o esfíngico busto da egípcia Nefertiti, que foi a rainha do faraó Akhenatom e é uma das poucas esposas de faraó que ficaram para a história. Como personagem, é discreta na história do Egipto, mas a sua serena beleza impressionou muito o viajante. Aliás, recordava bem esta icónica imagem dos livros de História do ensino secundário. Neste Museu Egípcio reunia-se uma enorme colecção de objectos levados do Egipto para Berlim por arqueólogos alemães, ao longo dos séculos XIX e XX. Muitos deles têm sido reclamados, sem sucesso, pelas autoridades egípcias. Entretanto, em 2005, o museu fechou e a sua colecção foi transferida para o Neues Museum. Na altura, este museu estava fechado, desde 1945, mas estavam em curso obras para o reabrir. E assim veio a acontecer, em Outubro de 2009: desde então, o mais famoso busto da antiguidade e