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Castelo de Chaves

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O que resta da antiga praça-forte medieval de Chaves domina a paisagem urbana da cidade. Localizada no ponto mais alto da cidadela medieval, a torre de menagem, último vestígio medieval da antiga praça-forte, residência do alcaide, era o centro militar, político e administrativo da terra. Está construída no ponto mais elevado do antigo núcleo urbano medieval, acedendo-se a ela por uma complexa malha de ruas estreitas e nem sempre muito alinhadas. Para além dos danos provocados pela violência das vicissitudes da história militar, as muralhas de Chaves sucumbiram também perante o crescimento da cidade, sendo absorvidas pelas novas construções. Desde 1978, a torre de menagem do castelo está ocupada por um museu militar, especialmente vocacionado para a história militar local. A história deste castelo confunde-se com a de Chaves. Sabe-se que depois da reconquista cristã a zona ficou deserta, sendo reocupada a partir de 1258. O castelo desenvolveu-se a partir de então. Veio a ser doado a ...

A árvore de Natal mais alta da Europa

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O Porto e Bucareste, capital da Roménia, rivalizam neste Natal de 2007 na instalação da que se arroga como a maior árvore de Natal da Europa. Estarão montadas e iluminadas durante a temporada natalícia, até 7 de Janeiro. São ambas duas estruturas metálicas iluminadas, pagas pelo banco português Millennium BCP, que na Roménia se chama Millennium Bank. Têm 76 metros de altura e pesam 280 toneladas. A iluminá-las estão mais de 2 milhões de micro-lâmpadas, 13 mil lâmpadas bolinha, apoiadas em 28 quilómetros de magueira luminosa e 500 metros de tubos de néon. Antes do Porto e Bucareste, as árvores foram instaladas em Lisboa, onde tinha menos um metro de altura (é daqui a fotografia superior) e Varsóvia, na Polónia, onde o banco patrocinador tem também negócios. Ambas as árvores são mais baixas que aquelas que têm, ano a ano, aumentado um pouco o seu tamanho, rivalizando pelo título de maior do mundo: as árvores de Aracajú, no Brasil, com 86 metros e do Rio de Janeiro, instalada na Lagoa ...

Palatul Parlamentului, Bucareste – a última loucura do ditador

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O actual edifício do Parlamento Romeno, em Bucareste é um edifício odiado. Domina a zona sul da cidade e foi construído na década de 1980, para glorificar o nome de Nicolae Ceausecu, o último dos ditadores do leste europeu a ser deposto, em Dezembro de 1989. Para a construção deste palácio, foi necessário arrasar um sexto da cidade de Bucareste, para que no lugar das antigas casas fosse construído o Palácio e o Bulevardul Unirii , larga avenida arborizada que se pretendia que fosse rival da Avenida dos Campos Elíseos, em Paris (aliás, de propósito, tem mais 6 metros de comprimento, para que possa dizer-se que é mais extensa…). Tem mais de três quilómetros de comprimento e para a construir foram destruídas as casas de cerca de 70 mil pessoas (além de 26 igrejas, duas sinagogas e um mosteiro). Ao edifício, Ceausescu chamou ironicamente Casa do Povo ( Casa Poporului ). É visitável, entre as 10 e as 16 horas. Além deste projecto, Ceausescu alimentou um outro, igualmente megalómano: preten...

Quartier Latin, Paris

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Houve tempo, há algumas décadas, em que Paris estava na moda entre os intelectuais. E também entre os intelectuais portugueses. Liam-se autores franceses por todo o mundo, procuravam-se as novidades das editoras francesas e seguiam-se com atenção os movimentos filosóficos do quartier latin . Foi o tempo dos últimos grandes pensadores, que antecederam a era globalizada, em que já não se pensa, mas se age mais. Nesse tempo, de meados do século XX, era também moda ir a Paris, frequentar os cafés de Saint-Germain-des-Prés, na margem esquerda do Sena, onde supostamente poderiam encontrar-se vultos da intelectualidade europeia. Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir foram nomes de referência, a este propósito. Mas não os únicos. Por aqui andaram também Picasso, Hemingway ou Camus. Na igreja de Saint-Germain-des-Prés está sepultado Descartes. Os cafés, instituições tradicionais de Paris, aliás, marcam o bairro. São tradicionalmente o ponto de encontro onde se come, bebe ou se encontram amigos....

Portugal no seu melhor

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Por mais que o viajante gire a agulha dos destinos que vai percorrendo, mesmo vivendo num país pequeno, não encontra nunca motivos de surpresa como aqueles que vai encontrando sem sair das fronteiras. Surpreende-se o viajante com a reinvenção daquilo que julgava perdido e destinado ao anedotário dos relatos de avozinhos. Este fotoapontamento, que se recolheu na zona da Barragem da Agueira, pretende deixar um repto: se se passar em Chamadouro, Santa Comba Dão, procure-se a Associação Cultural Desportiva e Recreativa. Pode ser que esteja para se realizar um novo torneio de sueca. Além do lanche no final do torneio, sempre garantido, e das duas chouriças para cada equipa participante, existe a esperança de ganhar duas pás de porco ou dois presuntos. Se se for ambicioso e habilidoso com as cartas, pode mesmo aspirar-se a ganhar o primeiro prémio: um porco inteiro.

Praça Vermelha, Moscovo

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Este é daqueles locais que estão bem presentes na memória dos noticiários da televisão de quem tenha mais que 30 anos. As repetidas imagens a preto e branco de soldados a desfilar, seguidos por mísseis e carros de combate muito alinhados, com os comandantes muito hirtos a saudar os dignitários do velho regime soviético. Acontecia com particular ressonância por todo mundo em Novembro de cada ano, quando se comemorava a Revolução de Outubro. As bancadas de betão onde se perfilavam os militares do regime para assistir ao desfile ainda lá estão, de um lado e de outro do mausoleu de Lenine, que continua a ser visitado por revivalistas do regime (e também por curiosos, que aproveitam a entrada gratuita). Este mausoleu esteve para ser demolido, no tempo de Boris Ieltsin e, diz-se, pode vir a fechar por falta de verba para conservar o cadáver do antigo mentor (recorde-se que após a morte de Lenine o seu corpo foi embalsamado e tem que sofrer manutenção periódica). É visitável apenas entre as 1...

Atomium, Bruxelas

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Quando se vê pela primeira vez esta estrutura enorme, fica-se sem saber como a classificar; se é uma colossal escultura ou é antes uma originalíssima obra de arquitectura. Em todo o caso, a primeira impressão é sempre de deslumbramento, pela dimensão, pela imponência, pelo brilho metálico que o reveste. A sua forma corresponde à de uma molécula cristalizada de ferro, ampliado 165 biliões de vezes. Tem por isso 9 esferas, de 18 metros de diâmetro, unidas por 20 tubos, com comprimentos de 18 ou 23 metros, consoante os casos. Todo o conjunto é feito em aço, revestido de alumínio. Estima-se que pese 2400 toneladas. A esfera mais elevada atinge 102 metros de altura. O Atomium foi desenhado pelo engenheiro belga André Waterkeyn para a Exposição Internacional de Bruxelas de 1958 e destinava-se a ser destruído após o seu encerramento. Porém, a popularidade que conquistou entre os 42 milhões de visitantes da Expo 58 e a sua singularidade acabaram por impedir a sua demolição. Na época, vivia-s...

Rio de Janeiro

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É incontornável. É uma referência para todo o viajante. Da cidade, disse Le Corbusier que os morros, as praias e as baías e enseadas têm uma geografia tão perfeita que nunca será superada por nenhum arquitecto. Tinha o bem conhecido arquitecto suíço em mente, senão em vista, o morro da Urca, o Corcovado e o Pão de Açúcar, enquadrados por Ipanema e por Copacabana. O nome Rio de Janeiro foi-lhe dado por Américo Vespúcio, o florentino piloto-mor de Gonçalo Coelho, comandante da esquadra portuguesa que aqui chegou a 1 de Janeiro de 1502. Ficou como Rio porque era uma foz aquilo que os navegadores julgavam ter encontrado ao chegar à entrada da baía da Guanabara. Desde então, o Rio passou por tudo: foi abrigo de piratas, porto de escoamento do ouro e da chegada dos escravos, magnífica cidade imperial, onde a corte metropolitana haveria de exilar-se. Foi entretanto capital do Brasil, entre 1640 e 1960, data em que o presidente Juscelino Kubischek transferiu oficialmente a capital para Bras...

Torre Agbar, Barcelona

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A silhueta urbana de Barcelona – o viajante já o sabe -, é dominada pela torres esbeltas da Sagrada Família. Porém, na última visita, o viajante foi surpreendido pela também esbelta Torre Agbar, que igualmente desponta por cima dos telhados da cidade condal e faz concorrência à inacabada catedral de Gaudí na disputa do horizonte. Esta Torre Agbar, construída a noroeste da cidade, na Plaça de Les Glories Catalanes , no fim da Avenida Diagonal, foi desenhada por Jean Nouvel, o arquitecto francês que mais recentemente (em 2006) deu forma ao Museu Quai Branly , nas margens do Sena, em Paris – é um edifício com estrutura em vidro onde encaixam 28 cubos coloridos e se destina a alojar peças representativas das artes e civilizações de Africa, das Américas, da Ásia e da Oceânia. Em Paris, Jean Nouvel já tinha desenhado, no final do consulado do Presidente François Miterrand, o edifício do Instituto do Mundo Árabe, construído na rive gauche , próximo do Quartier Latin , em 1987. Quanto à to...

O porto de Marselha, França

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O viajante chegou a Marselha com a memória dos livros do Asterix. Naquele tempo, a Massilia era uma cidade romana, virada para o mar. Já nessa altura ,a velha Massalia fundada pelos fenícios tinha o estatuto do maior porto do Mediterrâneo ocidental. Mais tarde, no fim do século XVI, os comerciantes da cidade criaram aqui a primeira Câmara de Comércio de França. Marselha sempre foi no passado uma cidade de comerciantes. E ainda hoje é. Não é de estranhar por isso que o ponto nevrálgico da cidade seja “ Le Vieux Port ”, uma embocadura de mar que entra pela cidade, formando um enclave natural óptimo para o estabelecimento de um porto de mar fácil e atractivo para os comerciantes. Hoje em dia o local parece mais uma supermarina . E na verdade, o porto velho é isso mesmo: uma marina rodeada de bares e hotéis, que constitui um oásis numa cidade dividida pelos conflitos étnicos, sobretudo nos bairros dominados por população magrebina. De um lado e do outro, fortalezas de origem medieval dã...

Oslo, uma capital tranquila

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A Noruega é um país tranquilo, onde a população vive confortavelmente, com segurança e liberdade. Os seus habitantes são até conhecidos por serem pouco expressivos e não manifestarem os seus sentimentos e emoções. Vivem pacatamente instalados num país rico e moderno, financiado pelas jazidas petrolíferas do Mar do Norte. Oslo é uma cidade de fusão, onde o passado guerreiro viking se cruza com imponentes manifestações de arte e arquitectura moderna, sobretudo na renovada orla costeira. A sua localização é estupenda, entre bosques de coníferas e plácidas águas do fiorde. A cidade é pequena e pouco movimentada. O trânsito, fácil e fluído, deixa uma certa impressão provinciana. A partir do molhe Aker Brygge , a zona mais moderna e in da cidade, o viajante terá que passar pelo moderno e austero edifício da Câmara Municipal, construído em 1950 para comemorar os 900 anos da fundação da cidade. Depois, deverá percorrer a Karl Johans Gate , a única verdadeira grande avenida de Oslo, com um ...

Itapuã, Bahia, Brasil

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O viajante chegou a Itapuã ao anoitecer e foi embora de manhãzinha cedo. Não teve por isso oportunidade de passar uma tarde em Itapuã, ao sol que arde em Itapuã, ouvindo o mar de Itapuã, falar de amor em Itapuã , como na velha canção de Vinicius, cantada por Toquinho e Djaban. Sentiu o arrepio do vento que a noite traz e o diz-que-diz-que macio que brota dos coqueirais , a banhar um mar que não tem tamanho e um arco-íris no ar . O tempo estava incerto, a chamar o pau, a pedra, e o fim do caminho, um pouco sozinho . Com a inspiração de Tom Jobim, eram as águas de Março fechando o verão . Eram as promessas de vida no teu coração. Itapuã fica uma dezana de quilómetros a norte de Salvador, no Estado da Bahia, na direcção do Aeroporto Internacional. A partir do centro da cidade, de taxi, é fácil chegar. A oferta hoteleira não é muito abundante, mas pode socorrer-se sempre o viajante da oferta de Salvador, rica e variada.

Vale de Chamonix, Alpes Franceses

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É um clássico vale glaciário, em forma de U, como muitos outros desta região da Savoy , a que os portugueses se habituaram a chamar Sabóia. A paisagem do vale é feita de montanhas altas, de cenário espectacular. Há glaciares, alguns com vários quilómetros de comprimento. No horizonte, picos gelados e agulhas escarpadas, rodeando o Monte Branco, o mais alto do vale, a 3800 acima dele. No inverno esquia-se, no verão há imensas actividades de ar livre. Sobretudo caminhadas pelos vários trilhos marcados. Durante todo o ano funcionam as subidas mecânicas para os picos das montanhas vizinhas. No lado oriental do vale há um conjunto alinhado de agulhas e glaciares que culminam a 4808 metros de altitude, no Monte Branco. Do lado ocidental o vale é delimitado por um maciço rochoso, menos nevado que o outro e mais apto a caminhadas de tempo quente. É a cadeia das Aiguilles Rouges , actualmente reserva natural, cujo pico mais alto é o Le Brevént , com 2525 metros de altitude. Este é um dos melh...

Teatro Alla Scala, Milão

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O nome é bem conhecido dos que seguem os grandes recitais. O Teatro alla Scala , conhecido tradicionalmente em português como o Scala de Milão , é um templo internacional da música clássica. É talvez, o grande herdeiro da tradição lírica italiana. Foi construído no século XVIII e fica na Piazza della Scala , a dois passos do Duomo, a elegantíssima catedral da capital italiana da moda. Separa os dois edifícios a Galleria Vittorio Emanuele II , o mais antigo centro comercial do mundo. Ao viajante não causou tanta emoção ver a linha austera de teatro clássico como vem impressionando, desde há muitos anos, o peso do nome e da história do local. Como registo de viagem, fica a nota, evocando, in memoriam , Luciano Pavarotti (1935-2007), o tenor que quis um dia ser guarda-redes numa equipa de futebol, falecido em Modena, que era também a sua cidade natal, a 6 de Setembro .

La Défense, Paris

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A capital de França tem em vigor rigorosos regulamentos de protecção da sua tradicional malha urbana. Por isso, procurou expandir-se e dar liberdade à criatividade urbanística em zonas periféricas. Ou então em zonas degradadas, a precisar de renovação. Esta circunstância potenciou o desenvolvimento de núcleos localizados de edifícios e conjuntos modernos, que se destacam do contexto envolvente. É o caso de La Défense , a noroeste da cidade, no alinhamento da Avenue Foch e do Arco do Triunfo. É um conjunto de grandes edifícios, de arquitectura moderna, organizados em volta de uma esplanada central. Fecha esta esplanada o grande arco de La Defense , que está alinhado com o Louvre e o Arco do Triunfo. É um gigantesco cubo oco, em cujas paredes laterais há escritórios, onde funcionam serviços públicos. No topo, há um miradouro visitável, que tem acesso por um fantástico elevador de vidro. A zona tem serviço de metropolitano (estação “ Grand Arche ”).

Lisboa, 20 de Setembro de 2007, 22h30m

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Como se dizia nas crónicas jornalísticas do século XIX, abateu-se sobre a cidade uma violenta tempestade de raios e relâmpagos, seguidos de trovões e varridos por pesadas bátegas de água puxada a vento. A trovoada durou uma hora. Já alguém se lembrou de aproveitar a energia descarregada pelos raios?

Catedral de Sevilha

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A Catedral de Sevilla é uma genial e deliberada raridade , dizia Camilo José Cela (em "Vagabundo ao Serviço de Espanha"). Os clérigos que decidiram levantar a catedral sonharam passar por loucos perante as gerações vindouras . Conclui por isso que descrever a catedral de Sevilha, perante a qual a Notre Dame de Paris é quase ridícula e sem importância , é um infantil intento . Assumido isso, o viajante sempre dirá que a catedral é um dos inevitáveis pontos de visita para quem vai a Sevilha. É um edifício enorme, gigantesco, mesmo, como aliás o pretendiam os seus construtores. Na sua origem esteve uma decisão declarada: construir uma igreja tão deslumbrante que nenhuma outra se lhe comparasse. Estava-se no início do século XV e Sevilha apenas tinha velhas igrejas arruinadas, depois de vários séculos de cultura muçulmana. A verdade é que o resultado foi – e ainda é – a maior igreja gótica do mundo e o terceiro maior templo da cristandade (logo a seguir à Catedral de São Pedro, ...

Stresa, Lago Maggiore, Itália

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O destino é tão clássico e referenciado por ter interesse turístico que o viajante fica logo desconfiado. Sem ter chegado, a impressão vinda das leituras e pesquisas é a de um conjunto de sucedâneos de praias, outrora chiques e agora decadentes, destino de veraneio de italianos do norte, que têm o mar muito longe. Quando se chega a Stresa, a má impressão desfaz-se. O lago, é bonito, bordejado por povoações arranjadinhas e envolvido por montanhas sempre verdejantes. As águas são tranquilas. Não há muitos banhistas, mas há muitos barcos de recreio. Na cidade, nas mansões coloridas, está bem representada a imponência clássica. Chalés de férias e hotéis de época, magnificamente conservados e bem frequentados, mantendo a sua imponência majestosa. Ao largo de Stressa, as ilhas Borromeas ( Isola Bella , Isola dei Pescatori e Isola Madre ), igualmente cobertas de villas e outras edificações antigas e imponentes. A elas se chega de vaporetto , uma espécie de cacilheiro antigo, do tempo do va...